O sindicato alemão Ver.di convocou nesta terça-feira (27/02) uma nova greve nacional de três dias na companhia aérea alemã Lufthansa. A terceira paralisação realizada apenas neste mês, que abrange o pessoal de solo da empresa, foi anunciada somente sete dias após a última greve de 24 horas da categoria, ocorrida em 20 de fevereiro.
A nova paralisação envolve funcionários de manutenção, logística, treinamento técnico e de aviação e de atendimento nos balcões dos aeroportos.
O diretor de recursos humanos da Lufthansa, Michael Niggemann, diz que a empresa fez uma proposta nova e reforçada para resolver a disputa em torno dos salários, que avançaria o pagamento do primeiro de dois aumentos referentes ao período de dezembro a março, além de um bônus de 3 mil euros (R$ 16 mil) para compensar as perdas com a inflação.
A proposta, porém, foi considerada "insuficiente" e acabou sendo rejeitada pelo sindicato, que exige um amento de 12,5%, num mínimo de 500 euros por mês.
Onda de greves
A Alemanha atravessa uma série de greves em diversos setores, incluindo nos transportes públicos (trens regionais e de longa distância, metrôs, bondes e ônibus urbanos).
Atormentados pela inflação dos últimos anos e na sequência da pandemia de covid-19, os trabalhadores exigem salários mais elevados para fazer face ao custo de vida.
Em 1° de fevereiro, uma greve dos funcionários de segurança paralisou 11 grandes aeroportos da Alemanha. Poucos dias depois, em 7 de fevereiro, uma paralisação dos funcionários de solo da Lufthansa afetou cerca de 900 dos mil voos planejados para a data, atingindo aproximadamente 100 mil passageiros, segundo a companhia aérea.
A última paralisação dos funcionários de solo da Lufthansa, em 20 de fevereiro, forçou a empresa a cancelar 90% dos voos e prejudicou as operações não apenas nos principais aeroportos utilizados pela empresa, em Munique e Frankfurt, mas em vários outros pelo país.
Passageiros não devem ser afetados
Dessa vez, o diretor do Ver.di Marvin Reschinsky assegurou que os voos de passageiros não devem ser afetados, uma vez que a paralisação não incluirá os trabalhadores da linha de frente do atendimento. Esses funcionários, no entanto, poderão aderir se não houver avanços nas negociações.
"Se o comportamento irresponsável da Lufthansa continuar, infelizmente os passageiros serão em breve afetados novamente pelas greves", disse Reschinsky. "Está nas mãos da Lufthansa evitar isso."
A próxima rodada de negociações está marcada para os dias 13 e 14 de março.
rc (DPA, AFP)