A cidade de São Paulo sancionou um projeto de lei que torna obrigatório o acompanhamento de pacientes com sequelas de Covid nas Unidades Básicas de Saúde. As informações são da repórter Giovanna De Boer, da Rádio Bandeirantes.
Em média, 60% das pessoas que contraíram o coronavírus, mas já se recuperaram, apresentam alguma sequela da doença. Queixas de cansaço, dor muscular e dificuldades para respirar são os sintomas mais comuns.
Ana Karina Scaloppe é enfermeira e pegou a Covid em agosto do ano passado. Depois de 10 meses, ela ainda enfrenta dificuldades para voltar à rotina que tinha antes de contrair a doença.
“Desde então eu venho lutando com graves sequelas no coração, no pulmão e sequelas neurológicas. Eu tenho uma taquicardia muito forte, que controlo com medicamentos, tenho muita falta de ar e cansaço, dependo de oxigênio 24 horas por dia, e tenho uma perda de memória recente que atrapalha bastante no meu dia a dia”, contou Ana Karina.
O perfil das pessoas que mais apresentam sequelas no pós-Covid são aquelas com sobrepeso, diabéticos e pacientes que precisaram de intubação durante o tratamento.
O Hospital do Coração de São Paulo tem um programa de reabilitação e de acordo com o médico coordenador do projeto, o Carlos Horssri, os sintomas podem ser variados.
“Essa é uma doença que acomete diversos sistemas orgânicos. Você tem desde fraqueza muscular, fadiga, que é a queixa mais comum, até queixas importantes de falta de ar, perda de coordenação motora, comprometimento neurológicos e manifestações de perda de paladar e olfato”, explicou o médico.
Lei municipal
Só na cidade de São Paulo, são mais de 16.700 pessoas com sequelas do coronavírus estão sendo acompanhadas pelos serviços de saúde para se recuperarem.
Com base nesses números a prefeitura de São Paulo sancionou um projeto de lei que cria orientações para o acompanhamento de pacientes com sequelas do pós-Covid.
De acordo com a proposta de autoria do vereador Gilson Barreto (PSDB-SP), as Unidades Básicas de Saúde vão atuar com uma equipe médica multidisciplinar para atender as necessidades de cada paciente.
“Os acompanhamentos serão feitos de acordo com as sequelas apresentadas por cada paciente. No entanto, já se sabe que de maneira geral cardiologia, neurologia e fisioterapia são as especialidades mais afetadas. Por esta razão, uma equipe multiprofissional fará avaliação na UBS”, disse Barreto.
As regras de como o projeto de lei vai ser implantado nas unidades básicas de saúde vai ser feito em 30 dias pela prefeitura de São Paulo.