A Polícia Federal cumpriu três mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão em Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia, contra suspeitos de participação na morte de um jovem indígena de 14 anos.
No dia 4 de setembro, um adolescente indígena foi morto a tiros em uma fazenda localizada na cidade de Prado.
Gustavo Conceição da Silva tinha 14 anos e foi assassinado por homens armados que estavam em dois veículos e efetuavam disparos de arma de fogo na região de Corumbau, em um ataque de pistoleiros a indígenas de etnia Pataxó.
Em nota, a polícia informou que a Operação Tupã, realizada nesta quinta-feira (6), busca encontrar elementos que comprovem a participação do grupo no crime. As investigações seguem em segredo de Justiça.
A Força Tarefa da SSP (Secretaria da Segurança Pública), que tem o objetivo de impedir conflitos entre índigenas e fazendeiros, no Sul do estado, permanece atuando na região.
No dia 22 de setembro, equipes da PM, Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica apuraram um ataque de pistoleiros contra uma fazenda em Prado.
Em nota, a SSP disse que um grupo armado, destruiu estruturas da fazenda Nedila. O caso teria acontecido horas após equipes das Polícias Militar, Civil, da Justiça Federal, da Defensoria Pública da União e da Funai deixarem a Aldeia Nova, na região do Monte Pascoal, em Porto Seguro.
Na reunião, os caciques relataram ameaças e ataques de bandos armados que estariam tentado expulsar os nativos das terras.
Eles relataram também a instalação de placas de falsos corretores comercializando lotes de terras indígenas.
Comexatibá
Secretário de Assuntos Indígenas do Prado, Xawâ Pataxó conta que o grupo de grileiros somava mais de cinco homens em dois carros.
A invasão do Território Indígena Comexatibá aconteceu após retomada indígena de terras em 1º de setembro. A situação se acirrou depois da iniciativa de reconquista de territórios originários.
“Muitos indígenas estão com medo, alguns estão em aldeias nos interiores mais próximos à floresta no próprio território e outros estão amedrontados sem poder sair de suas comunidades até para comprar alimento. Estão com dificuldade em comprar alimento porque se [saírem dos territórios] correm risco de ser mortos”, denuncia.