O grupo fundamentalista Talibã informou nesta quarta-feira (7) que realizou a primeira execução pública desde que voltou ao poder no Afeganistão, após a saída das tropas dos Estados Unidos, em agosto de 2021.
O porta-voz do regime extremista, Zabihullah Mujahid, confirmou que um homem foi morto em um estádio esportivo lotado, na província de Farah, no nordeste do Afeganistão, após confessar um assassinato. Dezenas de líderes, incluindo a maioria dos principais ministros do governo estavam presentes.
O Talibã disse que o homem confessou às autoridades que matou uma vítima esfaqueada após roubar a bicicleta e o telefone. O crime foi examinado por três tribunais, que determinaram a execução da pessoa. O porta-voz do grupo informou que o homem foi baleado três vezes pelo pai da vítima.
A execução foi ordenada semanas depois que o líder do Talibã emitiu um decreto permitindo execuções públicas, amputações e apedrejamento. Também instituiu que os juízes apliquem totalmente a lei da Sharia, que é a lei islâmica.
A ordem contraria a promessa feita pelos membros do grupo fundamentalista, em agosto, de que o novo governo seria mais inclusivo e menos violento no Afeganistão.
Em nota, a Missão de Assistência das Nações Unidas informou que a execução pública pelas autoridades é profundamente perturbadora.
“Tais execuções são de natureza arbitrária e contrárias ao direito à vida protegido pelo Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Afeganistão é um Estado parte. A pena de morte é incompatível com os princípios fundamentais dos direitos humanos e a sua aplicação não pode ser conciliada com o pleno respeito pelo direito à vida. Pedimos às autoridades que estabeleçam uma moratória imediata sobre quaisquer outras execuções e ajam rapidamente para proibir o uso da pena de morte em sua totalidade”, informou.