Testemunha é ameaçada e precisa fugir após postar vídeo de abordagem violenta de PMs em SP

Da Redação, com Jornal da Band

PMs de São Paulo foram gravados agredindo um homem durante uma abordagem no litoral do estado. Além da violência, eles também estão sendo acusados de intimidar as testemunhas do fato. A reportagem, exclusiva do Jornal da Band, é do repórter Rodrigo Hidalgo. 

Um jovem de 27 anos, que postou nas redes sociais um vídeo de abordagem violenta da PM em São Vicente, litoral de São Paulo, alega que teve que pedir demissão do emprego e sair de casa após receber uma série de ameaças após o post. 

As imagens mostram um grupo de PMs contendo um homem com extrema violência (assista acima). Os policiais deram chutes, joelhadas e golpes de cassetete, mesmo após o abordado ter sido rendido e algemado. O fato aconteceu na tarde da última quinta-feira (4), em uma rua da periferia de São Vicente.  

O alvo das agressões foi Murilo Augusto Soares, de 23 anos. Ele cumpria pena no regime semiaberto por violência doméstica e não retornou para a cadeia depois de receber o benefício da saída temporária de fim de ano.

No boletim de ocorrência, os policiais relataram que Murilo reagiu à abordagem com cabeçadas. Porém, a defesa dele alega que nem as testemunhas, nem as imagens gravadas mostram essa versão. 

De acordo com moradores do bairro, logo após a abordagem, os policiais passaram a obrigar as pessoas que gravavam a ação a apagarem os vídeos de seus celulares. Mas um deles foi preservado e acabou sendo publicado em uma rede social pelo jovem, que também presenciou a abordagem e logo depois postou o vídeo na internet. 

“Começaram a perseguir até a minha família, porque eles queiram que eu apagasse o vídeo e apagasse a postagem.  E eu estou sofrendo muito com isso, porque não posso sair, não posso comparar pão. Porque eles estão à minha procura, eles estão à minha caça. Amigos, familiares, todos com medo”, relata a testemunha. 

No fim da tarde desta segunda-feira (8), a testemunha foi ao Ministério Público denunciar as ameaças. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não se manifestou. 

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