Mesmo desconsiderando o valor do euro em relação a outras moedas, o custo de vida para trabalhadores estrangeiros que vêm de fora da União Europeia é mais alto na Alemanha do que na maioria dos países de origem dessas pessoas.
A conclusão é do Escritório Federal de Estatísticas (Destatis), que se baseou em dados de 2021 do Banco Mundial para avaliar os custos de vida conforme o poder de compra em 174 países – ou seja, quanto uma pessoa paga pelo mesmo item ou serviço em diferentes lugares do mundo.
Segundo a análise, viver na Índia ou no Egito, por exemplo, é 67% mais barato que na Alemanha – mesmo se corrigidas as distorções geradas pelas moedas diferentes. No Vietnã e na Tunísia, a diferença é de 60%. No Brasil, 43%. Considerando os países que tipicamente "exportam" mão de obra para a Alemanha, só nos Estados Unidos o custo de vida é mais alto (7%).
Os cálculos, porém, não consideram os custos de aluguel. Entraram na conta do Destatis itens como alimentação, vestuário, móveis e aparelhos para o lar, transporte, automóvel, comunicação, restaurantes e hotéis.
Força de trabalho estrangeira é vital para a Alemanha
Os altos custos de vida podem afetar negativamente a atratividade da Alemanha para trabalhadores estrangeiros qualificados, aumentando a disputa internacional por mão de obra – algo que, no longo prazo, pode afetar negativamente a economia alemã.
Hoje, falta pessoal em uma em cada sete profissões. A escassez de mão de obra é visível nas áreas de saúde, tecnologia da informação, nas creches, nos asilos e na gastronomia.
Em 2023, os estrangeiros foram responsáveis pela expansão do mercado de trabalho na Alemanha, sendo que pessoas de fora da União Europeia pesaram mais neste fenômeno, segundo dados da Agência Federal de Emprego (Bundesagentur für Arbeit) – a Índia foi a campeã, com 116 mil novos trabalhadores.
ra (ots)