Trump anuncia retirada dos EUA da OMS: entenda a importância da organização

A Organização Mundial da Saúde lamentou a decisão e pediu para o país reconsiderar a saída

Da Redação

Trump anuncia retirada dos EUA da OMS: entenda a importância da organização
Donald Trump assinando decretos
REUTERS/Carlos Barria

Na segunda-feira (20), Donald Trump assinou uma série de decretos. Alguns envolvem temas importantes para o resto do mundo. O republicano retirou os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde, justificando que o país gasta muito mais com recursos para a OMS do que a China. 

A Organização Mundial da Saúde lamentou a decisão e pediu para o país reconsiderar a saída nesta terça-feira (21). "A OMS desempenha um papel crucial na proteção da saúde e da segurança das pessoas no mundo, incluindo os americanos", diz a nota, publicada nas redes sociais. 

Trump saiu da OMS?

Trump decidiu retirar os Estados Unidos da OMS alegando que o país gasta muito mais com recursos para a organização do que a China. A nota da OMS relembra que os Estados Unidos foram um membro fundador da OMS em 1948, após a Segunda Guerra Mundial e participa ativamente da formação e governança do órgão. 

"Com a participação dos Estados Unidos e de outros Estados-membros, a OMS implementou, nos últimos 7 anos, o maior conjunto de reformas de sua história, para transformar nossa responsabilidade, custo-efetividade e impacto nos países. Este trabalho continua", pontua a nota. 

Se Trump tiver a aprovação do Congresso e os Estados Unidos, e o país cumprir suas obrigações financeiras com a OMS para o atual ano fiscal, ele pode realmente retirar os EUA da OMS. Contudo, deve haver um período de aviso prévio de um ano caso decidam deixar a organização. 

Quanto os EUA pagam à Organização Mundial da Saúde?

Os Estados Unidos têm sido historicamente um grande contribuinte tanto para o apelo de emergência da OMS quanto para seu orçamento mais amplo, fixado em US$ 6,8 bilhões para 2024-2025. 

Além de suas taxas de associação, de aproximadamente 110 milhões de dólares anuais, os Estados Unidos são um dos maiores doadores voluntários da OMS, contribuindo com 1,1 bilhão de dólares em 2022 e 2023 combinados. 

Para o atual período de dois anos, os Estados Unidos forneceram cerca de 34% do financiamento disponível para emergências de saúde e, no passado, sua contribuição chegou a 50%, mostraram dados da OMS. 

Esse dinheiro, costuma ser direcionados à resposta da OMS a surtos e outras emergências. Perder esses fundos diminuiria a capacidade do órgão de reação.

O que é e qual o propósito da Organização Mundial da Saúde?

A OMS é uma agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas. Segundo sua constituição, a OMS tem por objetivo desenvolver ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos. 

No documento, a saúde é definida como um “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”. 

O que a Organização Mundial da Saúde faz?

A OMS direciona e coordena os esforços internacionais para controlar surtos de doenças, como a malária, a tuberculose e também patrocina programas para prevenir e tratar tais doenças.

As principais áreas de trabalho da organização são os sistemas de saúde; saúde através do curso de vida; doenças não transmissíveis e transmissíveis; preparação, vigilância e resposta; e serviços corporativos.

Além disso, o órgão publica regularmente um Relatório Mundial da Saúde, incluindo uma avaliação de especialistas sobre a saúde global e realiza diversas campanhas de saúde. 

Por que a Organização Mundial da Saúde é importante?

Além do combate a doenças infecciosas e parasitárias, a OMS promove ações de prevenção e vigilância contra doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, doenças cardiovasculares, câncer).

A saída dos Estados Unidos da organização, por exemplo, cortaria os laços da OMS com agências americanas de referência, como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Food and Drug Administration (FDA), que fornecem orientação à organização sobre uma série de tópicos — e recebem informações cruciais em troca.

A saída prejudicaria essa troca de informações. Especialistas sugeriram que a mudança pode reverter o progresso feito no combate a doenças infecciosas como malária, tuberculose e HIV e Aids. 

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