Rabino: Trump dá ultimato ao Hamas

Trump reagiu à decisão do Hamas de adiar a entrega de três reféns, no sábado, sob a alegação de que Israel violou o acordo de cessar-fogo

Rabino: Trump dá ultimato ao Hamas
Donald Trump
REUTERS/Jeenah Moon

Todos os 76 reféns em Gaza devem ser libertados até sábado ao meio-dia. Se o Hamas não obedecer, vai sofrer “o inferno”, avisou o presidente Donald Trump a repórteres, no Salão Oval da Casa Branca, nesta segunda-feira à noite.

Trump reagiu à decisão do Hamas de adiar a entrega de três reféns, no sábado, sob a alegação de que Israel violou o acordo de cessar-fogo, atirando em palestinos deslocados que voltavam para o norte, quando o caminho não estava ainda liberado, e bloqueando a entrada de ajuda humanitária.

Israel entrou em alerta máximo ao ser comunicado do adiamento de três reféns, seguindo o cronograma do acordo da primeira fase do cessar-fogo. Um plantio de árvores nesta terça-feira de manhã, na fronteira com Gaza, foi cancelado pelas Forças de Defesa de Israel. Seria o início de uma floresta em homenagem aos 1.200 mortos do massacre de 7 de outubro de 2023.

Trump foi mais além do ultimato ao Hamas. Ele falou em reter a ajuda à Jordânia e ao Egito se ambos não aceitarem receber os palestinos que devem deixar Gaza para o seu projeto de Riviera do Oriente Médio. O congelamento da ajuda colocaria em perigo os acordos de paz com Israel.

O Hamas decidiu adiar a libertação de reféns num momento delicado. As negociações para a segunda fase do acordo que está em vigor não começaram porque Trump prometeu assumir Gaza ao final da guerra, embaralhando o que estava na mesa de negociação. O primeiro-ministro Netanyahu parece mais inclinado a recomeçar a guerra do que deixar o Hamas governando os palestinos.  

A extrema-direita na coligação governamental vota pela retomada dos combates ou veta o seu primeiro-ministro, que pode cair sem maioria no Parlamento. Trump e o Hamas deram de presente o que pode ser sobrevida de Netanyahu. 

Os israelenses ficaram chocados com os três reféns devolvidos no sábado passado. Pareciam três sobreviventes de campos de concentração, muito magros, um deles mal caminhando, outro “cego” pelo tempo que ficou dentro de túneis, 15 meses, sem ver a luz do dia.

O Fórum dos Reféns e Desaparecidos quer a manutenção do acordo, recebendo os reféns a conta-gotas, e promoveu manifestações nas ruas de cidades israelenses, na segunda-feira à noite. O temor é de que os que estão em cativeiro possam morrer com a saúde deteriorada, ou serem assassinados pelo Hamas. Dos 76 reféns restantes 56 estariam vivos, segundo serviços de inteligência de Israel.

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