Uma em cada oito áreas de esqui vão desaparecer até 2100

Estudo de universidade alemã mostra que impactos do derretimento de gelo em sete áreas do globo vão muito além do esporte e do turismo, podendo afetar fauna e flora em áreas de altitudes mais elevada.

Por Deutsche Welle

Uma em cada oito áreas de esqui cobertas de neve natural poderão desaparecer completamente neste século. É o que diz uma pesquisa da universidade de Bayreuth, na Alemanha, que examinou sete regiões montanhosas ao redor do mundo: Alpes Europeus, Andes, Apalaches (América do Norte), Alpes Australianos, Alpes Japoneses, Alpes da Nova Zelândia e as Montanhas Rochosas (América do Norte).

Um dos fatores levados em consideração na pesquisa é que as emissões de gases prejudiciais ao clima, como o CO2, não seriam reduzidas até 2100.

"Os Alpes Europeus registarão um declínio significativo nos dias de cobertura de neve até o final do século. No valor de 42%", disse Monika Mitterwallner, líder do estudo, em entrevista a um programa de rádio da Baviera.

Ela também explica que o impacto não será homogêneo. "Haverá algumas áreas que continuarão a ter muitos dias de neve. E algumas que não terão mais neve", relata, acrescentando que as áreas com neve garantida concentraram-se em regiões de altitudes mais elevadas.

Os alpes australianos serão os mais afetados pelo declínio da média anual de dias com cobertura de neve natural: 78%. Por outro lado, espera-se que o declínio seja mais baixo nas Montanhas Rochosas, com 23%.

Consequências do turismo à fauna e à flora

Com menos neve nas regiões mais baixas, o turismo de esqui possivelmente se deslocará para altitudes mais elevadas, o que representaria uma ameaça para as plantas e animais alpinos.

"Se as áreas de esqui mais altas forem expandidas e mais infraestruturas forem construídas, estes ecossistemas anteriormente intactos serão enormemente alterados", afirma Mitterwallner.

As consequências para os esportes de inverno não eram o objetivo da pesquisa. Mesmo assim, os cientistas da Universidade de Bayreuth admitem que o setor também poderá sofrer mudanças a longo prazo. O esqui alpino, por exemplo, poderá ficar acessível a menos pessoas no futuro, já que esportes de inverno poderão ser praticados em cada vez menos áreas e, portanto, ficando ainda mais caros.

Além disso, mesmo que as operadoras de esqui passem a utiliza neve artificial nas altitudes mais baixas, isso diminuiria a rentabilidade.

le (ots)

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