Dois estudos realizados em São Paulo pelo grupo Vebra Covid-19, que reúne pesquisadores brasileiros e estrangeiros, traz novos dados sobre a efetividade das vacinas CoronaVac e Oxford-AstraZeneca.
Um deles mostrou que a dose produzida pelo Instituto Butantan reduziu em 41% os casos sintomáticos de Covid-19 em idosos paulistas com mais de 70 anos de idade.
O levantamento feito com 40 mil pessoas ainda apontou que a CoronaVac derrubou as hospitalizações em 59% e levou às mortes pela doença a uma queda de 71%.
O outro estudo apontou que as duas doses da vacina Oxford-AstraZeneca oferecem proteção de 93% para mortes, 87% em internações e 77% para casos sintomáticos.
A pesquisa analisou os dados de moradores do estado de São Paulo com mais de 60 anos.
Para um dos responsáveis pelo grupo Vebra Covid-19, o médico infectologista Julio Croda, os levantamentos mostram a importância de se vacinar com as duas doses contra o coronavírus.
“São 4 milhões de brasileiros que não retornaram para a segunda dose. E tanto na avaliação da CoronaVac, acima de 70 anos, quanto da AstraZeneca, acima de 60 anos, é necessária a completude do esquema vacinal, é necessária a segunda dose, para você ter essa excelente proteção, principalmente para hospitalização e óbito, que foi visto no estudo. Uma dose só não garante essa elevada proteção”, afirmou, em entrevista à rádio BandNews FM.
O pesquisador da Fiocruz também disse que as reações depois de tomar a vacina Oxford-AstraZeneca são normais e não devem afastar a pessoa de completar a vacinação. Isso porque, na segunda dose, o organismo já estará acostumado com o imunizante e, provavelmente, os efeitos serão bem menores.
Croda ainda disse que as duas vacinas Oxford-AstraZeneca e CoronaVac protegem contra a variante de Manaus (Gamma) do coronavírus. Essa mutação continua predominante no Brasil, apesar da chegada da cepa indiana.
“As duas vacinas que nós temos protegem contra a variante Gamma. Vamos comemorar esse resultado e incentivar as pessoas a completar seu esquema vacinal”, pediu.
Segundo o pesquisador, ainda é preciso esperar por mais informações da circulação da variante Delta no país, mas ela começa a dar sinais preocupantes no Rio de Janeiro. O estado já confirmou quatro mortes de pacientes com essa mutação.