A variante delta corresponde a 89,14% dos casos de Covid-19 analisados genomicamente no estado do Rio de Janeiro. Os dados são da Rede Corona-Ômica do Rio, formada por pesquisadores de instituições do estado. As coletas foram feitas entre 4 e 16 de agosto.
Segundo o levantamento, apenas 10,88% dos registros são da Gamma, identificada inicialmente em Manaus.
Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz aponta ainda para a tendência de crescimento dos casos de Covid-19 no município do Rio, direção contrária da evolução registrada no país.
Segundo os pesquisadores, a queda do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave na cidade foi interrompida nas últimas semanas. Enquanto isso, as análises mostram recuo no número absoluto de casos e óbitos no país.
O documento da Fiocruz analisa as fases da pandemia de 6 de março de 2020 a 21 de agosto deste ano.
O pesquisador Raphael Guimarães explica que a situação de aumento de casos e relaxamento de medidas sanitárias por parte da população se assemelha ao início da pandemia.
Até agora, apenas cerca de 39% da população carioca total e 45% da população com mais de 12 anos foi totalmente vacinada. A taxa de ocupação de leitos de UTI Covid para adultos é de 95%.
Segundo os pesquisadores da Fiocruz, a desigualdade entre os moradores da cidade impacta no número de casos, já que parte da população tem dificuldade de acesso a serviços indispensáveis, como coleta de lixo e saneamento básico. Além disso, o Rio é um grande centro urbano, altamente conectado com outras grandes cidades e sofre com a rápida disseminação da variante delta, considerada mais contagiosa.
Dados divulgados pela Fiocruz na semana passada relativos ao período entre 1º e 14 de agosto já tinham apontado o estado do Rio de Janeiro como o único que registrou aumento no número de casos, internações e óbitos por Covid-19 no país.