O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), anunciou a ampliação de ações, em conjunto com o Ministério da Defesa, no território Yanomami contra garimpeiros ilegais. Com isso, a partir da próxima semana, centenas de pessoas que ainda resistem na região estarão na mira da polícia para serem presos por desrespeitarem as ordens de saída da reserva indígena localizada em Roraima.

A declaração foi dada em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (23), após reunião com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Ainda de acordo com o titular da pasta da Justiça, até o dia 6 de abril, o garimpo ilegal terá chegado ao fim onde vivem os indígenas yanomami.

“O que nós estamos afirmando é que Defesa e Justiça, em conjunto, vão ampliar essas ações, agora no mês de março. Com certeza, até essa data, 6 de abril, nós teremos um fim dessa atividade ilegal no território Yanomami e o novo fechamento dos corredores para que, com isso, nós tenhamos a conclusão da desintrusão do território Yanomami”, destacou Dino.

Novo fechamento aéreo

O governo federal também decretará um novo fechamento do espaço aéreo na chamada “Área Vermelha”. Atualmente, corredores humanitários para a saída de não indígenas que estavam na região, que estariam válidos até 13 de fevereiro, seguem ativos.

“A fase 1, que era a fase de persuasão foi cumprida. Nós demos um tempo. Esse tempo se traduziu, por exemplo, no corredor [humanitário], se traduziu no foco da investigação. Como há, ainda, duas ou três áreas em que as pessoas estão insistindo, nós vamos, nesta nova fase, 6 de abril, fazer o fechamento do corredor no que se refere ao tráfego aéreo e nós vamos, agora, já na próxima semana, intensificar as prisões das pessoas que ainda estão, infelizmente, descumprindo a lei e fazendo garimpo no território Yanomami”, continuou o ministro da Justiça.

Centenas na terra Yanomami

Ao ser perguntado, Dino estimou algumas centenas de não indígenas, entre eles garimpeiros ilegais, em pelo menos três áreas dentro da terra Yanomami. O ministro acredita que o trabalho do governo surte efeito, já que o número de intrusos contabilizava cerca de 15 mil.

“Casa de centenas [de pessoas que insistem em ficar no território Yanomami [...]. Nós saímos da escala de milhares de pessoas – falavam-se 15 mil pessoas – para a escala de centenas. Com certeza, menos de mil. Essas pessoas que serão alvo da operação policial a partir da próxima semana”, pontuou Dino.