Notícias

Zelenksy remete o 11 de Setembro à Guerra na Ucrânia: 'Terrorismo é um mal'

Presidente ucraniano lembrou o ataque nos Estados Unidos em 2001 que deixou quase 3 mil mortos

Da redação

  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
Atentado de 11 de setembro completa 21 anos
Reprodução/BandNews TV

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, postou neste domingo (11) uma mensagem lembrando os 21 anos do 11 de Setembro, o ataque terrorista nos Estados Unidos que deixou quase 3 mil mortos.

“Hoje prestamos homenagem às vítimas do 11 de setembro. É um dos dias mais trágicos da história e do mundo. Quem enfrenta ataques de mísseis diariamente sabe bem o que é terrorismo e simpatiza sinceramente com o povo. O terrorismo é um mal que não tem lugar no mundo moderno!”

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou que nunca esquecerá o que aconteceu. “Vinte e um anos depois, mantemos viva a memória de todas as vidas preciosas que nos foram roubadas no Marco Zero, em Shanksville, Pensilvânia, e no Pentágono. Para as famílias e entes queridos que ainda sentem a dor, Jill e eu os guardamos em nossos corações. Nós nunca esqueceremos”, escreveu Biden.

Legado do 11 de Setembro

Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, nos Estados Unidos, a cidade, as famílias das vítimas e os sobreviventes precisaram lutar para tentar espantar o fantasma da tragédia que abalou o mundo.

Os locais exatos onde estavam as torres gêmeas foram transformados em monumentos para homenagear quem morreu nos ataques. Um deles é o museu do 11 de setembro, que fica sob o memorial.

Cerca de 30 metros abaixo do nível da rua, está exposta parte da fundação do antigo World Trade Center, que foi tombada como Patrimônio Histórico Nacional.

Para reconstruir a área sul de Manhattan, foi levantado um complexo de prédios. Um deles é o mais alto do município, com 541 metros de altura, e fica no mesmo local onde estavam as torres gêmeas. 

Galeria de Fotos

Retrospectiva 11 de setembro de 2001
1/27

05h45 - Terroristas armados passaram pelo sistema de segurança de aeroportos americanos. Os sequestradores Mohamed Atta (à direita) e Abdul Aziz al-Omari (ao centro)Reprodução 9/11 Memorial.Org /Cortesia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
07h35 - Cinco terroristas passaram pelo controle de segurança do Aeroporto Internacional Washington Dulles com destino também à Los Angeles, CalifórniaReprodução 9/11 Memorial.Org /Cortesia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
07h59 - Partindo de Boston, o voo 11 da American Airlines decola. Nele estavam: 11 tripulantes, 76 passageiros e cinco sequestradores. Mapa de assentos mostra, em laranja, as poltronas dos sequestradores Reprodução 9/11 Memorial.Org /Ilustração cortesia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
08h19 - A comissária de bordo Betty An Ong entra em contato com a American Airlines sobre o sequestro do voo. Minutos antes, o passageiro Daniel Lewin foi esfaqueado por, provavelmente, Satam al-Suqami --a primeira vítima do ataque.Reprodução 9/11 Memorial.Org /Cortesia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
08h20 - Voo 77 decola do Aeroporto de Washington Dulles com seis tripulantes, 53 passageiros e cinco sequestradores. Mapa de assentos mostra, em laranja, as poltronas dos sequestradores Reprodução 9/11 Memorial.Org /Ilustração cortesia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
08h20 - Grupo que ia para uma conferência do National Geographic Society e embarcou no voo 77Reprodução 9/11 Memorial.Org /Fotógrafo desconhecido, cortesia da National Geographic.
08h42 - Voo 93 decola com atraso do Aeroporto Internacional de Newark, em Nova Jersey, para San FranciscoReprodução 9/11 Memorial.Org /Ilustração cortesia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
08h46 - Boeing 767 é lançado contra os andares 93 a 99 da Torre Norte do World Trade Center. Além dos passageiros, centenas de pessoas que estavam nos setes andares também morreramReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.
08h46 - Boeing 767 é lançado contra os andares 93 a 99 da Torre Norte do World Trade Center. Além dos passageiros, centenas de pessoas que estavam nos setes andares também morreramReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção do 9/11 Memorial Museum, presente de Nicholas Kornfeld
08h46 - Nas zonas de impacto estavam empresas como a Marsh & Mclennan, onde morreram 354 funcionários; a Cantor Fitzgerald, nos andares 101 a 105, teve o maior número de óbitos do acidente: 706 pessoasReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.
09h00 - Brian David Sweeney, passageiro do voo 175, deixa uma mensagem de voz para sua esposa, Julie, e liga para a sua mãe relatando o sequestroReprodução 9/11 Memorial.Org /Cortesia do Departamento de Justiça dos EUA.
09h03 - Voo 175 da United Airlines é lançado contra os andares 77 a 85 na Torre Sul do World Trade Center. Na imagem, o momento em que o avião se aproxima para colidir com o edifícioReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, fotografia de Kelly Guenther.
09h03 - O impacto na segunda torre destrói duas das três escadas de emergência e corta a maioria dos cabos de elevador, deixando pessoas presas. Outras centenas de pessoas nos andares acima da zona de impacto ficaram presasReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.
09h37 - Voo 77 da American Airlines é lançado contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA. A colisão e o incêndio posterior mataram 125 militares e civis no solo, além dos passageiros e tripulantes Reprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção do 9/11 Memorial Museum, presente de BlindSpot News / Bob Pugh.
09h58 - Ao menos 37 ligações telefônicas foram feitas a partir do voo 93. Mark Bingham é um dos passageiros que consegue ligar para sua mãe, Alice HoaglandReprodução 9/11 Memorial.Org /Cortesia do Departamento de Justiça dos EUA.
09h59 - Depois de queimar por 56 minutos, a Torre Sul desabou totalmente em 10 segundos. Mais de 800 civis e socorristas dentro e ao redor do edifício morreram na quedaReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.
09h59 - Uma nuvem de fumaça invadiu as ruas de Nova York com escombros da queda da Torre Sul. A imagem foi feita por turistas que visitavam a cidadeReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção do 9/11 Memorial Museum, presente de Carl Tjerandsen.
10h03 - O vôo 93 caiu em um campo perto da cidade de Shanksville, no condado de Somerset, na Pensilvânia. Passageiros e a tripulação invadiram a cabine de controle onde estavam os sequestradores. Todos morreram na queda.Reprodução 9/11 Memorial.Org /Cortesia do Departamento de Justiça dos EUA.
10h15 - Área da fachada oestes do Pentágono atingida pelo voo 77 desabaReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção do 9/11 Memorial Museum, presente do fotógrafo Michael Garcia.
10h28 - Torre Norte do World Trade Center desabou depois de queimar por 102 minutosReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção do 9/11 Memorial Museum, presente de John F. O’Sullivan, Jr.
10h28 - Mais de 1.600 pessoas morreram no ataque da Torre NorteReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção do 9/11 Memorial Museum, presente de John F. O’Sullivan, Jr.
11h02 - Prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, pede que a população deixe a região da Baixa ManhattanReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.
11h03 - Poeira da queda das Torres Gêmeas toma o céu de ManhattanReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.
12h30 - Grupo de 14 sobreviventes é encontrado nas ruínas de uma escadaria da Torre Norte, sendo 13 socorristas e um civilReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, fotografia deYasuhide Joju, presente de Here is New York.
13h00 - Queda das Torres Gêmeas começa a ser tratada como Marco Zero, expressão usada para uma região na terra onde aconteceu uma explosãoReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção do 9/11 Memorial Museum, presente de John F. O’Sullivan, Jr.
15h00 - O Corpo de Bombeiros de Nova York encontrou um sobrevivente nos escombros da Torre Norte. Pasquale Buzzelli, funcionário da autoridade portuária, se encolheu em posição fetal no momento do desabamentoReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.
17h20 - Edifício 7 do World Trade Center colapsa devido ao incêndio descontrolado ao seu redorReprodução 9/11 Memorial.Org /Coleção 9/11 Memorial Museum, Arquivo Roberto Rabanne, fotografia de Roberto Rabanne.

Atacados dentro dos Estados Unidos, os americanos passaram as duas décadas seguintes em guerra contra os inimigos. Bin Laden, líder-fundador do grupo terrorista al-Qaeda, foi morto e Saddam Hussein, ex-presidente do Iraque, foi deposto. 

A resposta foi rápida, agressiva e pouco planejada. Menos de um mês depois que os aviões se chocaram com as torres gêmeas em Nova York, americanos e ingleses despejavam toneladas de bomba sobre o Afeganistão.

Dois meses após os ataques de 11 de setembro, o Talibã caiu. Bin Laden ainda continuava solto, mas os Estados Unidos começaram a buscar inimigos por toda parte e, então, vieram o Iraque, a Síria, Iêmen, Paquistão e Indonésia. A lista de países que foram alvo da guerra ao terror é longa e os resultados, trágicos. 

Segundo Carlos Gustavo Poggio, PhD em Relações Internacionais, como os Estados Unidos estavam no auge de seu poderio, havia “uma certa arrogância” e os americanos pensavam que poderiam transformar o Iraque. O argumento, de acordo com Poggio, é de que eles haviam conseguido fazer o esperado com a Alemanha e o Japão. “Mas eles perceberam que não é tão simples assim”, explica. 

Um estudo da Universidade Brown estima mais de 800 mil mortes em apenas cinco países. Os civis foram, como sempre, as maiores vítimas. Os Estados Unidos injetaram trilhões de dólares na tentativa de transformar o Afeganistão em um país modelo à sua imagem. e semelhança, mas fracassaram.

A guerra do Iraque acabou, ao menos oficialmente, mas seu rastro de destruição continua a impactar a vida de centenas de milhares de pessoas. 

Às vésperas de o atentado de 11 de setembro completar vinte anos, o mundo assistiu o retrato deste fracasso: a volta do Talibã ao poder no Afeganistão. A queda relâmpago de Cabul tornou a retirada americana um pesadelo, com milhares de afegãos invadindo o aeroporto internacional da cidade, na esperança de fugir do país. Uma multidão tentava forçar a entrada em aviões.

Além de não conseguir derrotar o Talibã, os Estados Unidos fracassaram de forma monumental em sua estratégia de transformar o país em uma ilha de democracia em um mar de regimes teocráticos e autoritários. 

Sérgio Amaral, ex-embaixador dos Estados Unidos, explica que está havendo uma insurgência do terrorismo islâmico como vários lugares. “Não é o terrorismo poderoso como o de Bin Laden, que provocou o maior atentado dentro do solo americano, mas ele tem ramificações em vários países e sobretudo agora ele vai dar trabalho”, diz.

O Estado Islâmico substituiu a Al-Qaeda como maior inimigo. Síria e Iraque seguem destruídos e instáveis. Entre e derrotados e massacrados, o grande vencedor dessa guerra foi Vladimir Putin, presidente da Rússia.  Com a decisão americana de abandonar a sua política intervencionista no Oriente Médio, a Rússia se tornou a grande protagonista da região. Ao seu lado, a Turquia aproveita o vácuo de poder e tenta reavivar seu passado imperial.

Tópicos relacionados

  • facebook
  • twitter
  • whatsapp

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.