O ministro do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso afirma que cometeu "ato falho" ao criticar o bolsonarismo. Ele se retratou ontem após a repercussão negativa de uma fala feita durante um congresso da União Nacional dos Estudantes, em Brasília, na última quarta-feira.
Na abertura do evento com mais de 3 mil estudantes, Barroso disse que a "democracia venceu a ditadura e o bolsonarismo". Após a repercussão, Barroso ligou para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para se justificar.
Em nota, o ministro disse que quando falou em "derrota do bolsonarismo", se referia ao extremismo violento e criminoso dos ataques de 8 de janeiro. E que não pretendia, com a declaração, ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, nem criticar uma visão conservadora, considerada legítima.
A fala repercutiu negativamente no Congresso; deputados da oposição afirmaram que vão entrar com pedido de impeachment contra o ministro. Já o presidente do Senado cobrou retratação de Barroso e disse que poderia até tornar o magistrado suspeito para julgar casos contra Bolsonaro no STF.
O evento da União Nacional dos Estudantes também contou com a participação de Lula - foi a terceira do presidente em um congresso da UNE.
Em discurso para a plateia, ele prometeu criar novas instituições de ensino. O petista também recebeu uma lista com uma série de reivindicações, como a revogação da reforma do Ensino Médio.
A análise está suspensa no momento pelo Ministério da Educação, sob a alegação de que as mudanças precisam ser melhor discutidas. O prazo para apresentar um novo texto termina este mês, mas pode ser prorrogado.