Jair Bolsonaro depõe hoje à Polícia Federal sobre a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19. As investigações da Operação Venire apontam fraude nos registros do próprio ex-presidente, da filha dele Laura, e de assessores e familiares.
Em reunião com advogados, Bolsonaro passou o dia de ontem se preparando para a oitiva na sede da PF em Brasília, prevista para as duas da tarde. A expectativa é que ele reforce aos agentes que sempre se negou a tomar a vacina contra a Covid e jamais cometeu irregularidades.
O ex-presidente também deve ser ouvido pela atuação do ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, no caso. Mensagens apontam que o militar, além de ter envolvimento no esquema, também pode estar envolvido em possível lavagem de dinheiro.
Com base na quebra de sigilo do telefone a investigação localizou transações da conta pessoal de Mauro Cid para pagar contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O relatório da PF aponta movimentação de mais de 400 mil reais.
As transferências seriam feitas de forma fracionada em dinheiro vivo, o que dificulta a identificação dos valores. Procurada, a defesa da ex-primeira-dama afirmou que Michelle sempre pagou as despesas com recursos próprios.
Segundo o advogado e ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro, o objetivo da movimentação era proteger dados pessoais do ex-presidente. Pela internet, Fábio Wajngarten afirmou ainda que "Bolsonaro e sua família estão sendo constrangidos por despesas cotidianas que vieram de recursos próprios".