O âncora do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, Cláudio Humberto comentou na manhã desta sexta-feira (14) sobre a recente declaração do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao se incluir como um dos responsáveis por "derrotar o bolsonarismo".
Segundo o jornalista, o fato de Barroso ter comparecido a um evento da União Nacional dos Estudantes - que atualmente é presidida por uma filiada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) -, já seria motivo para críticas. "Ele é um ministro do Supremo Tribunal Federal que compareceu a uma entidade política controlada pelo PCdoB, que é um partido que funciona como uma espécie de puxadinho do Partido dos Trabalhadores", pontuou.
Humberto ressaltou que, embora a fala tenha sido lamentada por Barroso após a negativa repercussão do caso, o magistrado precisará concentrar esforços maiores para reverter a situação do que apenas "desdizer o que disse".
"A gente percebe que os magistrados já nem se preocupam, ao menos em fingir, uma certa imparcialidade. Isso que é mais inquietante no comportamento de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal"
O jornalista também elencou as últimas polêmicas que Barroso se envolveu por declarações políticas. Abordado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas ruas de Nova Iorque, no ano passado, Bolsonaro disse: 'Perdeu, mané'. A frase também gerou repercussão negativa. Antes deste caso, o magistrado também participou de um evento cujo mote foi: 'Como se livrar de um presidente'.
Fica difícil mesmo maquiar uma frase como essa. 'Nós derrotamos o bolsonarismo'. Nós quem? A oposição política a Jair Bolsonaro. Pegou muito mal para quem vai ser o presidente da Suprema Corte. Os brasileiros tem razões de sobra para ficarem bem apreensivos com o tipo de justiça que vai emanar do Supremo depois de ouvir coisas dessa natureza.
Cláudio relembra, ainda, que Barroso irá assumir a cadeira de presidente do Supremo Tribunal Federal em 2 de outubro. A mudança ocorrerá já que a atual mandatária, ministra Rosa Weber, irá se aposentar de maneira compulsória por conta da idade. Os ministros são obrigados a se aposentarem ao atingir os 75 anos de idade.
