Após a reação negativa do mercado financeiro, o governo federal adia o anúncio do programa social que vai substituir o Bolsa Família.
Ontem, o evento que lançaria o Auxílio Brasil foi cancelado pelo Ministério da Cidadania.
A queda na bolsa e a alta do dólar, além da insatisfação da equipe econômica, forçaram o adiamento da divulgação.
O Governo Federal planejava fixar o valor do novo benefício em 400 reais por mês.
Para isso, seriam necessárias duas manobras fiscais.
Para respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o repasse seria pago em parte pelo orçamento previsto pelo Bolsa Família, na parcela de até 200 reais.
No entanto, cem reais sairiam do gasto temporário do tesouro e o restante seria contabilizado como despesa decorrente da pandemia, ou seja, fora do teto de gastos.
O custo total do Auxílio Brasil chegaria a quase 85 bilhões de reais, sendo 32 bilhões além do limite de despesas do governo.
Para o relator da medida provisória que cria o programa social, o Executivo está tentando implementar uma medida eleitoreira.
Segundo o deputado Marcelo Aro, do PP, as discordâncias entre a pasta econômica e o governo desgastam a imagem do auxílio.
Ainda segundo o relator da proposta, Marcelo Aro, o valor mensal deverá ser reduzido após as eleições do ano que vem.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tenta convencer o presidente a cumprir o teto de gastos; irritados, integrantes da equipe econômica ameaçam pedir demissão.
Por outro lado, ministros pressionam o presidente Bolsonaro para viabilizar o Auxílio Brasil.
Nesta terça-feira, o titular da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o da Cidadania, João Roma, se encontraram com o presidente da Câmara para encontrar uma solução.
Uma saída seria encontrar uma fonte de renda fixa e segura, que, para Arthur Lira, estaria na reforma do Imposto de Renda.
O deputado destaca que a proposta está travada no Senado.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, respondeu à crítica.
O governo federal ainda não definiu a nova data para o anúncio do Auxilio Brasil.