A Defesa Civil realiza novas vistorias no conjunto onde ocorreu o desabamento de um prédio residencial na semana passada no Grande Recife.
A tragédia em Paulista, na região metropolitana da capital pernambucana, deixou 14 mortos e sete feridos.
Ontem, três dias após o desastre, um novo edifício veio abaixo na cidade de Recife.
Felizmente, desta vez, não houve vítimas - o prédio comercial estava desocupado há mais de um ano.
Os agentes procuram o dono do imóvel para checar se ele fazia reformas irregulares no local.
Os problemas estruturais nos prédios de Paulista já haviam sido identificados num relatório feito pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco, em 2009.
Todos são construídos no formato "prédio-caixão" que, ao contrário dos projetos convencionais, não conta com vigas ou pilares e são sustentados por alvenaria.
Na época, dos 5 mil e 300 edifícios vistoriados, 2 mil e 500 apresentaram risco alto - outros 300 foram avaliados com risco "muito alto" de cair.
E desde então nenhuma providência foi tomada, explica o engenheiro da Defesa Civil de Paulista Emerson Suame.
Moradora do conjunto há 40 anos, a dona de casa Maria das Neves relata que a sensação entre os moradores depois do desabamento é de medo.
Já o engenheiro do Instituto de Tecnologia de Pernambuco Carlos Wellington Pires alerta que a situação pode se repetir, caso nada seja feito.
Os "prédios-caixão" foram construídos na década de 1970, com a ideia de reduzir o tempo e o custo de construção.
Desde 2005, esse tipo de edifício é proibido em cidades do Grande Recife.