Elza Soares: Corpo da cantora é velado hoje no Theatro Municipal do RJ

Da Redação

Elza Soares, icônica cantora da música brasileira
Elza Soares, icônica cantora da música brasileira
Divulgação

Ícone da música brasileira, o corpo de Elza Soares será velado hoje no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O velório será aberto ao público às 10 da manhã, depois de uma cerimônia fechada para amigos e familiares.

Em seguida, um carro do Corpo de Bombeiros vai fazer um cortejo com o corpo da cantora até o Cemitério Jardim da Saudade, onde será enterrada.

Elza Soares morreu ontem, em casa, aos 91 anos, de causas saturais, no Rio.

Em mais de 50 anos de carreira, foram 34 discos lançados, de vários estilos musicais.

Entre tantos sucessos, está a música "A Carne", produzida por Carlinhos Brown.

O cantor e compositor diz sentir orgulho de ter feito parte dessa história, símbolo de protesto contra o racismo.

A vida de Elza Zoares sempre foi marcada por sofrimento e superação; logo cedo, aos 21 anos, ficou viúva e perdeu 2 filhos.

Para o jornalista da Band Zeca Camargo, que é autor da biografia da cantora, nunca houve uma mulher como Elza.

Elza foi considerada a cantora brasileira do milênio pela BBC de Londres; em 2002, foi indicada ao Grammy.

Nos últimos trabalhos, se juntou a novos nomes da música brasileira, levantou as bandeiras feministas, antirracistas e anti-homofóbicas.

Mas pra chegar até lá, Elza Soares lutou bastante; ela veio de uma família humilde de uma comunidade do Rio de Janeiro, de mãe lavadeira e o pai operário.

Numa entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, em 2018, a cantora falou da juventude difícil.

Na vida, os relacionamentos de Elza Soares também eram conturbados; na década de 60, se apaixonou por Mané Garrincha, ídolo da seleção brasileira, e que já era casado.

O encontro dos dois foi numa viagem ao Chile, durante a Copa do Mundo, relembrou a conta a José Luiz Datena.

O jogador era alcoólatra e entre idas e vindas o relacionamento foi marcado por agressões, ciúmes e muita violência.  

Mesmo assim, Elza Soares sempre deixou claro que o "Mané" sempre foi o grande amor dela.

Nesses acasos da vida, ela morreu ontem, 20 de janeiro, mesmo dia em que o Brasil perdia o Garrinha, há 39 anos.