Javier Milei reafirma a promessa de privatizar a estatal de petróleo da Argentina e os meios de comunicação. E mantém em pé o ponto mais polêmico da campanha eleitoral que foi vencida por ele no domingo: fechar o Banco Central.
O primeiro dia como presidente eleito da nação vizinha foi marcado por entrevistas concedidas a emissoras de rádio do país. Milei não tocou no assunto "dolarização".
Ele preferiu falar em competição entre moedas para que, após organizar a economia, os argentinos possam escolher o dinheiro que querem. O presidente eleito disse ainda que vai controlar a inflação em até dois anos.
O diretor das Faculdades Rio Branco e doutor em ciência política pela USP, José Maria de Souza Júnior, avalia que os caminhos indicados por Milei são arriscados. O especialista lembra que para atingir os objetivos, serão necessárias mudanças que podem impactar a população mais pobre do país.
Javier Milei também falou ontem sobre os primeiros nomes do governo, que deverá ter apenas oito ministérios.
O Congresso argentino é formado por uma ampla maioria peronista tanto no Senado quanto na Câmara. Empossado, Milei deverá receber o apoio de parlamentares ligados ao ex-presidente Mauricio Macri.
Mas também vai precisar fazer acordos com a elite política, tão criticada durante a campanha eleitoral. Ontem, a primeira reunião de transição com o atual presidente Alberto Fernandez foi adiada.
De acordo com a imprensa argentina, os dois lados não conseguiram chegar a um acordo sobre detalhes do encontro. Javier Milei também teria se irritado com o rumor de que o candidato derrotado Sergio Massa poderia tirar uma licença do cargo de ministro da Economia.