O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ao Hamas que continue a libertar reféns israelenses após o anúncio da suspensão das libertações.
Ao suspender, o Hamas alega que Israel descumpriu parte do acordo de cessar-fogo. As informações e análise são do correspondente internacional Felipe Kieling, para o Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes.
Infelizmente, este acordo está por um fio. O Hamas falou que vai atrasar a libertação de reféns programada para o próximo sábado
O grupo afirma que Israel tem atrasado a ida de palestinos ao norte da Faixa de Gaza, não tem permitido a entrada de determinados produtos de ajuda humanitária e abriu fogo contra civis. Sob essa justificativa, o Hamas suspendeu a libertação de novos reféns.
Agora, uma delegação israelense está a caminho de Doha, no Catar, que tem atuado como mediador do conflito. Esta ainda é a primeira fase do acordo de cessar-fogo, previsto para acontecer em três fases.
Até agora, a primeira fase do acordo, que tem duração de 42 dias, já liberou 16 reféns israelenses, cinco da Tailândia, em troca de 600 prisioneiros palestinos liberados.
"É uma situação bastante complicada. A gente não se se a primeira fase vai ser concluída para outras fases avançarem", disse Kieling.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a falar em ocupar a Faixa de Gaza, enviar os palestinos a países vizinhos como Jordânia e Egito, que já recusaram a proposta, e reconstruir a Faixa de Gaza para se tornar a "Riviera do Oriente Médio". Os próprios palestinos rejeitam essa proposta.
"Trump é aliado importante de Israel e declarações como essa acabam sendo um aceno para ala mais radical do governo de Benjamin Netanyahu", avaliou Kieling.