Kiko Zambianchi abriu o coração sobre sua trajetória na música e fez reflexões acerca do atual panorama cultural brasileiro em uma entrevista exclusiva concedida a Danilo Gobatto, no programa "Do Bom e do Melhor", pela Rádio Bandeirantes.  Com uma carreira que despontou em 1984, com o lançamento do compacto "Rolam as Pedras", o cantor e compositor tornou-se uma figura conhecida no cenário musical nacional.

Marina Lima, inclusive, interpretou com grande sucesso sua composição "Eu Te Amo Você", impulsionando ainda mais sua projeção artística. Em 1985, lançou o primeiro LP intitulado "Choque", com destaque para o hit "Primeiros Erros", e em 1986 veio o segundo disco, "Quadro Vivo". A canção "Alguém" marcou presença na trilha sonora da novela "Roda de Fogo", da Rede Globo.

O legado de Zambianchi ecoou além de suas próprias gravações, quando em 2000 a banda Capital Inicial regravou "Primeiros Erros" no álbum "Capital Inicial Acústico MTV", levando a música a novos públicos e consagrando-a ainda mais. O cantor chegou a acompanhar o grupo em turnês pelo país.

Porém, em meio a risos e memórias, Zambianchi não deixou de abordar as dificuldades e reflexões sobre o atual estado da cultura no Brasil. Em um trecho da entrevista, ele relembra os anos 1990, e diz que muitas das músicas que faziam sucesso na época hoje são esquecidas, evidenciando um ciclo de consumo instantâneo que não contribui para a preservação da memória cultural.

O Brasil tem meio esse problema, sempre acaba caindo na ‘bundinha’ e no ‘rebolado’ e depois que o tempo passa, fica um ou dois artistas e o resto desaparece de uma forma que vira um vazio na cultura musical, comentou o cantor durante a entrevista.

O artista acredita que hoje, com a ascensão da internet, a triagem musical prévia, antes feita por diretores artísticos, foi substituída por um cenário no qual a velocidade e o apelo  muitas vezes se sobrepõem à qualidade artística e à relevância cultural.

"Eu nunca achei que eu ia sentir falta de uma direção artística. Mas é, dá uma saudade", desabafou Zambianchi, destacando a falta de um filtro qualitativo que, para ele, ajudava a guiar os rumos da música brasileira.

Ao final da entrevista, Kiko Zambianchi refletiu sobre a importância de músicas como "Primeiros Erros" continuarem presentes no repertório de artistas contemporâneos, como uma forma de preservar a identidade e a memória musical do país.