Lideranças do Movimento Sem-Terra prometem desocupar nos próximos dias duas propriedades invadidas. Na lista está uma área que pertence à Embrapa, em Pernambuco, e outra da fábrica de celulose Suzano, no Espírito Santo.
Durante reunião ontem com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os líderes do MST apresentaram uma pauta de reivindicações. Uma delas é a destinação de R$ 1 bilhão e 300 milhões em recursos para o assentamento de famílias.
Segundo o coordenador do movimento, João Paulo Rodrigues, Haddad alegou ter apenas 250 milhões de reais previstos pelo governo Bolsonaro. No entanto, ele admitiu que o investimento poderia chegar a 400 milhões de reais.
A assessoria do Ministério da Fazenda confirmou a sugestão para criação do grupo, mas não definiu nada em relação ao dinheiro extra para assentamentos. O encontro que estava previsto na agenda de Fernando Haddad ocorreu num momento em que o MST é alvo de repúdio dentro do próprio governo.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, classificou as invasões como inaceitáveis; Carlos Fávaro, da Agricultura, disse que as ações são criminosas.
As ocupações também foram criticadas num fórum com investidores estrangeiros em Londres, na Inglaterra. Para a ex-ministra do Meio-Ambiente dos governos Lula e Dilma, Izabella Teixeira, a violência não contribui para a principal causa do MST - a reforma agrária.
O MST já contabiliza pelo menos 18 invasões de terras no movimento chamado de Abril Vermelho.