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Cláudio Humberto: Lula está com a cabeça no passado ao buscar votos no Congresso

Governo sofreu uma série de derrotas no Congresso nos últimos dias na tentativa de aprovar projetos

Da Redação

O comentarista de política Cláudio Humberto analisou nesta quinta-feira a série de derrotas que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sofrendo no Congresso nos últimos dias na tentativa de aprovar projetos. Em sua participação no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, o colunista disse que Lula está "com a cabeça no passado" em sua estratégia de articulação junto aos parlamentares.

Nesta terça-feira, o Congresso derrubou o veto de Lula que mantinha a saída temporária de presos em regime semiaberto e manteve os vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro na criminalização de fake news e na condenação de militares ou agentes públicos por atentados ao Estado de Direito.

"Os partidos aos quais são filiados vários ministros do governo votaram maciçamente contra o governo nessas derrotas", disse Cláudio. "Reclama-se muito de que a maioria dos deputados desses partidos que ganharam ministérios continuam votando contra o governo na maior parte dos casos. O que é verdade é que, na nomeação desses ministros, o presidente Lula está com a cabeça no passado. Ele achava que nomeando o ministro do União Brasil, por exemplo garantiria os votos de todos os parlamentares do União Brasil", disse.

Cláudio Humberto citou os casos dos ministros André Fufuca (PP), do Esporte, Celso Sabino (União Brasil), do Turismo, e Silvio Costa Filho (Republicanos), de Portos e Aeroportos, partidos que integram o governo, mas não necessariamente votam com a situação, principalmente em pautas mais conservadoras. "A indicação desses ministros não vai implicar em apoio dos seus partidos. Os votos do PP não são do Fufuca", disse, se referindo ao partido que é também do presidente da Câmara, Arthur Lira.

O analista da Jornal Gente ainda disse que as articulações por votos no Congresso mudaram muito nos últimos anos, o que Lula não se atentou. "Isso pode ter acontecido lá atrás, quando ele foi presidente pela primeira vez, quando na verdade bastava o governo distribuir alguns carguinhos e os deputados e senadores aderiam ao governo. Isso mudou completamente, sobretudo em razão que vem aumentando a cada ano o valor das emendas parlamentares. Os deputados hoje, aliás, a maioria nem sequer quer qualquer vínculo com cargos públicos porque é muito frequente que acabam sendo alvo de denúncias graves, sobretudo nos governos do PT".

Além de ter votos contrários de parlamentares de sua base aliada, o governo Lula ainda tem enfrentado resistência interna dentro do próprio PT, como no caso do deputado Paulão, de Alagoas. "Tem uma caça às bruxas rolando aqui em Brasília. As pessoas falam do deputado tal, da bancada x, do ministro Y, que está votando contra o governo. Essa chamada infidelidade ao governo também alcança o PT que, feita as contas, não tem mais do que 100 deputados na sua bancada, em uma casa de 513. Isso explica muito as derrotas do presidente Lula.

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