Morreu nesta quarta-feira (15) Washington Rodrigues, o Apolinho, aos 87 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, tratando um câncer.
A informação foi confirmada pela Super Rádio Tupi, empresa em que o radialista era comentarista e apresentador.
Apolinho, como era conhecido, é um dos maiores nomes do rádio brasileiro e do jornalismo esportivo.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) lamentou a morte de Apolinho. “A CBF lamenta a morte de uma das maiores lendas da comunicação brasileira. Neste momento de dor, a CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs pela partida deste grande jornalista e apaixonado pelo futebol”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que está em Bangkok (Tailândia), em Congresso da Fifa.
Na Rádio Bandeirantes, em transmissão nesta quarta-feira, Ulisses Costas e Alexandre Praetzel prestaram homenagem ao ex-colega de profissão.
“Ele foi revolucionário. Um dos grandes repórteres da imprensa brasileira, da Tupi”, afirmou Ulisses Costa. “Lenda, o Washington foi uma lenda. Ele foi técnico do Flamengo em 1995. O Romário jogava no Flamengo e o Apolinho foi técnico com Kleber Leite, que não tinha quem contratar e aí colocou o amigo. Uma lenda do jornalismo esportivo. Que descanse em paz”, disse Praetzel.
Apolinho era lenda do rádio
Washington Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de setembro de 1936. Ele praticava futsal na juventude e iniciou no rádio mandando boletins da modalidade para a Rádio Guanabara.
O radialista ganhou o apelido de Apolinho pelo locutor Celso Garcia, quando era repórter da Rádio Globo, por usar um microfone similar ao que era utilizado pelos astronautas da Missão Apollo 11, de 1969.
Washington Rodrigues desenvolveu uma longa carreira no jornalismo e se notabilizou como um dos principais repórteres do rádio brasileiro, com grande aceitação das torcidas dos quatro principais times do Rio. Além disso, ficou conhecido por criar diversos bordões.
Na Rádio Tupi, ele comandava o "Show do Apolinho”, no ar desde fevereiro de 1999 e um dos programas líderes de audiência no segmento esportivo.
Ele era o principal comentarista da Tupi e no último mês de fevereiro seu programa completou 25 anos no ar.
Radialista treinou o Flamengo em 1995
No ano de seu centenário, 1995, o Flamengo vivia uma crise e o então presidente, Kleber Leite, convidou o radialista e amigo para assumir o comando técnico do time. Ele recebeu a missão de controlar o ataque que tinha Sávio, Romário e Edmundo.
Em 2015, em entrevista ao UOL, ele contou como virou treinador.
“Estava jantando com o Vanderlei Luxemburgo, e o Kleber Leite me convidou para encontrá-lo em um restaurante. Imaginei que queria conselhos sobre o momento do time e fui preparado para sugerir a contratação do Telê Santana. Ninguém queria pegar o Flamengo. O papo varou a madrugada. Até que por volta das 3h30 havia um prato virado na mesa e sem uso”, iniciou.
“O Kleber me disse que tinha um nome e pediu para que virasse o prato. Quando vi que era o meu tomei um susto e perguntei se ele estava brincando. Pensei rápido e aceitei, já que o Flamengo é uma convocação. Foi uma correria. Tinha que me desligar da rádio, TV, jornal. Tudo para evitar conflito”, contou.
Apolinho comandou o seu time do coração por apenas 26 jogos, segundo o Almanaque do Flamengo, de Roberto Assaf e Clóvis Martins. Foram 11 vitórias, oito empates e sete derrotas (aproveitamento de 52,56%). Anos depois, em 1998, ele ainda ocupou o cargo de diretor técnico do Rubro-negro.