Um novo tratamento que vem sendo testado em São Paulo pode aumentar as chances de cura de alguns tipos de câncer.
A terapia celular, conhecida como CAR-T Cell, tem apresentado resultados positivos.
Em um mês de tratamento, um dos voluntários alcançou a remissão total de um linfoma em estágio terminal.
O aposentado Pedro Pellegrino, de 61 anos, lutava contra o câncer há 13 anos.
Ele conta que já tinha tentado diversos tratamentos e já estava em cuidados paliativos quando começou a terapia celular.
A tecnologia está sendo desenvolvida e aplicada pela USP, em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto.
Até agora, 14 pacientes foram tratados com o CAR-T Cell com verbas da Fapesp e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Todos tiveram remissão de ao menos 60% dos tumores; O método tem como alvo alguns tipos de leucemia e linfomas.
O tratamento contra mieloma múltiplo, que atinge a medula óssea, também é possível, mas ainda não está disponível no país.
A terapia celular aplicada funciona a partir da alteração genética das células de defesa do corpo.
É o que explica Vanderson Rocha, professor de hematologia, hemoterapia e terapia celular da Faculdade de Medicina da USP.
Na rede particular, tratamentos similares chegam a custar mais de 2 milhões de reais.
O coordenador do Centro de Terapia Celular CEPID-USP, Dimas Covas, ressalta que a ideia é que o CAR-T Cell seja oferecido gratuitamente no SUS futuramente.
No segundo semestre, após autorização da Anvisa para o estudo clínico, 75 pacientes deverão ser tratados com o CAR-T Cell com verba pública.