O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU divulgou um documento em que expressa preocupação com a situação na província chinesa de Xinjiang.
A China é acusada desde 2017 de cometer atos de limpeza étnica contra o povo uigur, de origem muçulmana.
O documento da ONU reporta as denúncias de trabalho forçado, intimidações, ameaças, desaparecimentos e separação de famílias na região noroeste do país.
Foram divulgados também relatos de violência sexual e estupro.
Essas declarações incluem nudez e prática de sexo oral forçadas durante interrogatórios, além de exames ginecológicos invasivos, fazendo “mulheres mais velhas envergonhadas e garotas jovens chorarem”.
O órgão afirma que “sérias violações dos Direitos Humanos foram cometidas em Xinjiang no contexto de regras de combate ao terrorismo e estratégias de contra-extremismo.”
Neste âmbito, a China estaria abusando de uma legislação vaga e problemática para justificar os atos contra os uigures.
O Alto Comissariado de Direitos Humanos também faz uma série de recomendações para a China e a Comunidade Internacional.
Para o país asiático é solicitada a liberação de prisioneiros ”arbitrariamente privados de liberdade”, além de uma maior cooperação com órgãos internacionais.
O texto foi publicado faltando apenas 11 minutos para o fim do mandato de Michelle Bachelet como alta comissária de direitos humanos.
A ex-presidente do Chile poderia estender sua permanência por mais 4 anos, mas preferiu deixar o cargo no fim de seu primeiro mandato.