
A Corregedoria da Polícia Militar prendeu na manhã desta quinta-feira (16) o policial acusado de atirar em Vinícius Gritzbach, empresário delator do PCC. O empresário foi morto em novembro no Aeroporto de Guarulhos. A ação cumpre 15 mandados de prisão preventiva, 13 já foram cumpridos.
A operação deve prender dois tenentes, 13 praças e cumprir sete mandados de busca e apreensão na capital e Grande São Paulo. Esta ação é parte de uma investigação que começou após uma denúncia que aponta vazamento de informações que favoreciam o PCC no estado.
Essa investigação da Corregedoria aponta inclusive que os policiais que faziam a escolta de Vinícius Gritzbach estavam integrados ao PCC.
Relembre o caso
Vinícius Gritzbach foi executado com tiros de fuzil em novembro do ano passado, depois de desembarcar no terminal 2 de Guarulhos. Ele havia delatado ao Ministério Público de São Paulo o esquema de lavagem de dinheiro do PCC e denunciou à Corregedoria da Polícia Civil supostos agentes corruptos. Cinco policiais citados foram presos, entre eles, um delegado.
O empresário denunciou, em abril de 2024, que policiais chegaram a pedir R$40 milhões para que ele não fosse citado na investigação do homicídio de Anselmo Cara Preta e Sem Sangue. Gritzbach, que fechou um acordo de delação premiada, chegou a pagar R$ 1 milhão, mas foi acusado pelo homicídio.
Os agentes detidos são acusados de colaborar com o PCC, garantir proteção para os integrantes da facção e facilitar esquemas de lavagem de dinheiro. A Polícia Federal afirma que há também indícios de desvio de bens que deveriam ser apreendidos pelas autoridades: “os elementos colhidos revelam uma estrutura complexa montada para exigir propina e lavar dinheiro, atendendo aos interesses da organização criminosa”, declarou a PF em nota.
Os envolvidos vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de bens e capitais. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão.