Dono de offshore, Guedes defende a exclusão da taxação de paraíso fiscal na proposta do IR

Gleice Prado, da redação

Paulo Guedes  Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Paulo Guedes
Fábio Pozzebom/Agência Brasil

Após o vazamento de documento sobre investimentos em paraísos fiscais, o ministro da Economia descarta que haja qualquer irregularidade.

Paulo Guedes disse que declarou à Receita Federal e à Comissão de Ética da presidência que mantém uma empresa em offshore fora do Brasil.  

O ministro ressaltou que o comunicado sobre o investimento foi feito no momento da posse, e que sempre respeitou a lei e se pautou pela ética e responsabilidade.  

No fim de semana, um consórcio internacional de jornalistas citou 330 políticos, empresários e autoridades de 91 países que têm empresas em paraísos fiscais.  

São locais que praticamente não cobram impostos e protegem o sigilo dos clientes.  

O documento indicou que Paulo Guedes, a mulher e a filha têm uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, com saldo de cerca de 51 milhões de reais.  

O Código de Conduta da Administração Federal proíbe funcionários de alto escalão de ter aplicação financeira que possa ser afetada por decisões do governo.  

O presidente do Banco Central também foi apontado como dono de uma offshore, no Panamá. 

Em nota, Roberto Campos Neto disse que todo o patrimônio dele foi construído com rendimento de 22 anos de trabalho e que tem empresas no exterior há 14 anos.  

Reforçou ainda que tudo foi declarado à Comissão de Ética Pública, Receita Federal e ao próprio Banco Central.  

Após a denúncia, o procurador-geral da República já determinou a instauração de uma investigação preliminar sobre os investimentos em paraísos fiscais.  

Augusto Aras deve pedir esclarecimentos a Paulo Guedes e Roberto Campos Neto sobre as contas fora do Brasil.

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