A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito da "Operação 18 Minutos", que investigou a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão, e indiciou nesta segunda-feira (10) 23 pessoas, entre desembargadores, juízes, advogados e servidores da Corte, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Eles teriam atuado no esquema de venda de sentenças. A análise é do apresentador do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, Pedro Campos. Relatórios apontam que o Maranhão é o estado que mais gasta com o sistema Judiciário.
"Olha que informação conflitante. Os magistrados que mais recebem no país, segundo dados de 2022, e alguns deles, que estão envolvidos com o esquema de venda de sentenças, não estão contentes com os supersalários e ainda vão buscar dinheiro dessa maneira criminosa, que é a venda de sentença", disse Pedro Campos.
Os desembargadores Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, Antônio Pacheco Guerreiro Junior e Luiz Gonzaga Almeida e os juízes Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa estão entre os indiciados.
No ano de 2022, R$ 2,8 bilhões foram pagos ao Judiciário maranhense, o que representa 12% de tudo o que foi gasto no governo do estado. O Orçamento do Maranhão cresceu 13% e o Orçamento das instituições de Justiça do estado, 50%, naquele mesmo ano.
"Em 2022, 326 juízes do Maranhão receberam acima do teto constitucional. Em um único mês, juízes e desembargadores receberam acima de R$ 70 mil. E o estado do Maranhão é um dos que tem os menores índices de desenvolvimento humano do país", disse Pedro Campos.