O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, concedeu entrevista à Rádio Bandeirantes nesta terça-feira para detalhar a situação das estruturas de saúde e educação na cidade após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias e alertou para o avanço da dengue diante do cenário de desvastação no estado.
"Nós já estamos enfrentando aqui o problema da dengue, né? Agora Canoas virou um piscinão. Então isso mostra o risco", disse Jairo. "A situação da dengue já era complicada, nós tínhamos sete óbitos e mais de 3.500 casos antes de desse episódio. Vamos ter que fortalecer a saúde e a atenção básica. Isso não é rápido porque nós vamos ter aí, talvez 60 dias, pra retirada das águas, para baixar as águas e depois disso o processo de reconstrução da cidade", disse.
Localizada na região metropolitana de Porto Alegre, Canoas ficou bastante prejudicada no atendimento aos feridos com a interdição de vários hospitais. "O hospital de pronto-socorro está inviabilizado, a água está no segundo piso. Das 27 unidades básicas de saúde, nós perdemos 19. Das cinco farmácias distritais, nós perdemos quatro. Das nossas quatro UPAs, nós perdemos três. Nós perdemos os quatro CAPs (centros de atenção psicosocial). A estrutura de saúde foi profundamente afetada. Nós só temos oito unidades básicas de saúde do outro lado. O lado oeste de Canoas foi totalmente afetado", disse o prefeito.
Jairo ainda detalhou os prejuízos que a cidade terá na educação após o restabelecimento da normalidade. "Nós perdemos todas as escolas de ensino fundamental e todas as escolas de educação infantil. Toda a nossa estrutura que estava nessa região foi duramente afetada. Nós estimamos que 20 milhões de equipamentos de alta tecnologia, computadores, telas digitais, tudo isso foi afetado porque realmente foi muito rápido. Nós havíamos tirado alguma coisa, colocado por segundo andar, mas mesmo no segundo andar a água entrou. Só para a gente tem uma noção, nós estamos falando de 5 ou 6 metros".