O preço imediato para a recuperação do Rio Grande do Sul após as graves enchentes que atingiram o Estado no último mês deve ser muito menor que os valores bilionários anunciados. A análise foi feita por de Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES, em entrevista para a Rádio Bandeirantes nesta terça-feira(21).
O governo do Rio Grande do Sul estima que deverão ser gastos pelo menos R$ 19 bilhões para a recuperação do Estado.
A solução para o Rio Grande do Sul é muito mais barata do que esses números bilionários. Me dá até calafrio ouvir números bilionários, porque é porta para mais uma corrupção brasileira
Castro destacou como solução emergencial de sucesso o “Auxílio de Reconstrução” divulgado pelo governo, que vai pagar R$ 5,1 mil para famílias que perderam bens durante as enchentes.
“Isso já dá para a família recompor uma geladeira, um fogão, que é extremamente importante, e outros itens de necessidades pessoais. Parece pouco, mas é muito importante, desde que tenha uma distribuição imediata. E isso não constitui nem um bilhão de reais, constitui R$ 500 milhões.”, afirmou.
Dívida gaúcha
Rabello também comentou sobre o movimento da renegociação da dívida do Rio Grande do Sul com o Governo Federal, avaliada em R$ 96 bilhões. Segundo ele, a medida tem que ser discutida não por causa da calamidade pública, mas sim dentro do projeto de renegociação de dívida dos Estados com a União.
“Se o Rio de Janeiro tá discutindo também o tamanho da sua dívida, Minas Gerais, está discutindo, o próprio Estado de São Paulo,que são os quatro grandes devedores, a gente já poderia empacotar isso e fazer essa renegociação de dívidas, não só para o Rio Grande do Sul”, afirmou.