Ricardo Nunes pretende punir a 99 por implementar a modalidade de mototáxi na cidade de São Paulo. Na visão do prefeito, que foi entrevistado com exclusividade pela Rádio Bandeirantes, a empresa é assassina e só pensa em lucro.
"É uma empresa assassina, preocupada com lucro e está desconsiderando o risco de vida das pessoas. Ela sabe o risco que está gerando, o que está ocasionando, se tem acesso ao prefeito, eles têm consciência do risco à vida" - Ricardo Nunes.
Segundo o prefeito da capital paulista, estudos já foram feitos e mostram que é inviável o serviço de mototáxi em São Paulo. "A gente não pode admitir isso, estamos abertos ao diálogo, em 2023 abrimos um grupo de trabalho com a 99, a Uber e a conclusão foi que não era possível a atividade", pontuou.
Segundo Nunes, só nos primeiros 12 dias de 2025, 404 pessoas tiveram acidentes graves e deram entrada em hospitais municipais. Isso, na visão do prefeito, comprova que não é possível estabelecer um serviço de mototáxi devido ao risco de aumento nos acidentes.
O prefeito pontuou que a punição contra a empresa irá ocorrer por desrespeito ao decreto municipal que proíbe serviço de mototáxi em São Paulo. "Está desrespeitando, mesmo com a decisão judicial que proíbe a 99 Moto, eles dizem que vão continuar. Não queremos ver motociclistas e os passageiros indo a óbito ou sofrendo acidentes", diz.
Confira a entrevista completa:
99 se pronuncia sobre mototáxi em São Paulo
Em nota, o aplicativo de transportes informou que entrou com pedido de mandado de segurança para proteger direitos da empresa, passageiros e motociclistas. “A 99 esclarece que a Prefeitura pode regulamentar a atividade com regras específicas para a localidade, mas não pode proibir uma categoria que é permitida por uma legislação federal”, diz a nota.
“Esse entendimento é corroborado por 20 decisões judiciais em todo o Brasil. A companhia segue aberta ao diálogo com a Prefeitura para colaborar com uma futura regulamentação que esteja dentro da competência do Poder Municipal, como sempre estivemos”, completa.
Segundo a empresa, a modalidade pode reduzir o tempo gasto no trânsito em 41% e economia de R$2,5 mil anuais em custos de mobilidade.
'Vamos trabalhar todos os dias até a cracolândia acabar'
Também na entrevista, Ricardo Nunes comentou sobre o polêmico muro que isola a cracolândia na região central de São Paulo. O prefeito comentou que o isolamento já existia desde maio de 2024. "Trocamos o tapume por um muro, compram a narrativa de ONGs que defendem o uso do crack, para a cracolândia seguir, fizeram alguns setores da imprensa a comprarem a ideia", diz.
Nunes reforçou que pretende acabar com a Cracolândia, mas não garante que conseguirá até o fim do mandato, em 2028. "Tem muito trabalho pela frente, mas o bom da história do muro é que a população pôde ver que a quantidade de pessoas é bem menor, antes eram 4 mil, hoje são umas 600 pessoas", afirmou.