Neste último fim de semana, São Paulo perdeu uma de suas casas mais tradicionais: o Café Girondino, localizado na esquina da Rua Boa Vista com a Rua São Bento, no centro da cidade.
Sócio do estabelecimento, Felipe Nunes contou os motivos do fechamento em entrevista para Rádio Bandeirantes. Ele explicou que as dificuldades enfrentadas pelo café começaram com a pandemia de covid-19.
"Na pandemia, as pessoas se afastaram do centro. Tivemos um lockdown que, para nós, durou não três ou quatro meses, mas dois anos," disse.
A ausência de turistas e a falta de movimentação no comércio local impactaram severamente o negócio. Antes da pandemia, o Café Girondino empregava 120 colaboradores, muitos deles com mais de 15 anos de casa.
Medo do centro
Outro fator que contribuiu para o fechamento foi a percepção de insegurança no centro de São Paulo, afastando os clientes. "Mesmo que a realidade de algumas partes do centro não fosse essa, o medo era constante," explicou Felipe.
Com mais de 150 anos de história, a decisão de fechar as portas do Café Girondino foi tomada após muitas tentativas de manter o estabelecimento aberto. No entanto, a falta de fôlego financeiro tornou-se insustentável.
O empresário acresentou que o fechamento do Café Girondino não simboliza a decadência do centro de São Paulo, mas sim uma dificuldade específica enfrentada pelo estabelecimento.
Ele destacou a presença de importantes patrimônios históricos na região, como o Edifício Martinelli, o Centro Cultural Banco do Brasil, a Catedral da Sé e o Mosteiro de São Bento, que continuam atraindo visitantes.