O diretor presidente do instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, na manhã desta terça-feira (18) e analisou os números da mais recente pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial.
No cenário estimulado, em que os nomes dos possíveis candidatos são apresentados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - atualmente inelegível - aparece a frente do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cmo 36% das intenções de voto, contra 33,8% do petista. A se considerar a margem de erro de 2,2 pontos percentuais, o cenário é considerado como empate técnico.
Para Murilo, há um equilíbrio entre as forças. "Se a eleição fosse no próximo domingo, diria que a eleição está bem aberta. Um grande equilíbrio entre os dois candidatos", pontuou.
Questionado sobre a inclusão do nome de Bolsonaro nas pesquisas, já que o político encontra-se inelegível até 2030 por duas condenações sofridas no Tribunal Superio Eleitoral (TSE), Hidalgo ressaltou que o nome de Lula figurava nas pesquisas no período em que também estava inelegível.
"Colocávamos o nome do ex-presidente Lula, que estava inelegível e preso em Curitiba. [É uma questão] igualitária. Hoje, o Bolsonaro está inelegível e com perspectiva pouco provável de ser candidato. O mesmo diria anos atrás. Lula estava preso e inelegível. E conseguiu reverter", explicou.
Caso Bolsonaro permaneça sem seus direitos políticos e não consiga concorrer na eleição presidencial, o nome de sua esposa, Michelle Bolsonaro, mostra ser uma candidata capaz de brigar para ser eleita.
"[Michelle Bolsonaro] é a principal herdeira política, nesse momento, por carregar o sobrenome Bolsonaro. Mas politicamente, a gente enxerga que Tarcísio seria mais forte, por conseguir maiores alianças. E menos rejeição", pontuou.
Queda de popularidade
Murilo ainda explicou que o principal fator de queda na aprovação do governo Lula, e que fez o presidente enfrentar sua pior aprovação desde que foi eleito presidente da República pela primeira vez, o diretor presidente explicou que a inflação nos alimentos é o principal fator de rejeição ao governo.
"Não tenho dúvida. O grande desafio para o governo, hoje, é como baixar o preço dos supermercados. As pessoas votaram no presidente Lula imaginando Lula 1 e Lula 2, onde as pessoas consumiriam mais e se alimentariam melhor. Esse é o grande desafio do presidente Lula. Se ele recuperar isso, tem grandes chances lá na frente", analisou.
"O presidente Lula vive seu pior momento de popularidade, mas eleitoralmente ainda é muito competitivo. Já o presidente Bolsonaro, condenado todos os dias nas manchetes dos jornais e também lidera nas pesquisas. Isso mostra que o país ainda continua muito polarizado entre os dois. É a grande conclusão dessa pesquisa. Se a eleição fosse logo, seria entre Lula e Bolsonaro, ou o candidato que apoiarem", completou.