O setor agrícola tem enfrentado dificuldades para comprar potássio usado como fertilizante em diversas culturas.
Maior produtor de soja no mundo, o Brasil consome cerca de 18% de todo mineral, que é essencial para aumentar o resultado da colheita no campo.
A extração nacional ainda é pequena - 96% do produto usado aqui no país são importados.
O problema é que o mercado internacional vive uma crise e isso gera preocupação para a safra do ano que vem.
Responsável por ¼ das vendas de potássio, Belarus sofre com sanções comerciais.
Já a China, outro importante produtor, está segurando as exportações para garantir o abastecimento do mercado interno.
Com isso, os preços dispararam 200% só neste ano; o produtor de café Fernando Barbosa já projeta problemas.
A solução está no próprio subsolo brasileiro; a bacia do Amazonas tem mais de 3 bilhões de toneladas do minério.
Só a reserva de Autazes, a 110 quilômetros de Manaus, por exemplo, poderia suprir 25% da demanda nacional pelo cloreto de potássio.
Em 2010, empresas canadenses e amazonenses assinaram um contrato de quase 2 bilhões de reais em um projeto para erguer um complexo de exploração na região.
Mas uma ação do Ministério Público Federal revogou a concessão porque a reserva está numa encruzilhada de terras indígenas, afirmou o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo.
Em Minas Gerais, o processo de extração avançou.
Segundo o diretor da Terra Brasil, Eduardo Duarte, a empresa vai explorar fosfato e potássio na região de Patos de Minas e Presidente Olegário a partir de 2025.
A expectativa da Terra Brasil é retirar do solo dois bilhões de toneladas de potássio.