STF acaba com "salário-esposa" de servidores de São Vicente

Benefício estava em vigor desde 1978 e era pago a mais de 100 funcionários do munícipio; em cinco anos, a cidade gastou cerca de R$ 600 mil com os pagamentos

Da redação

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o fim do "salário-esposa" para os servidores municipais de São Vicente, no litoral de São Paulo. 

O "salário-esposa" tratava-se de um benefício no valor de R$ 70 pagos mensalmente a 112 funcionários dos mais de 7 mil servidores do município.

O benefício era pago desde 1978 e, por mês, o gasto era de cerca de R$ 7 mil. Em cinco anos, a cidade gastou cerca de R$ 600 mil reais com o benefício.

O caso chegou ao STF em 2022 por meio da Procuradoria-Geral da União (PGR). A decisão do STF pelo fim do pagamento do benefício foi unânime. Os ministros consideraram que se tratava de um benefício inconstitucional.

Diversas cidades já pagaram o benefício a seus servidores homens. Em São Paulo, o "salário-esposa" foi extinto em 2020. A cidade gastava cerca de R$ 500 mil ao ano para o pagamento do benefício. 

Procurada pela reportagem da Rádio Bandeirantes,  prefeitura de São Vicente afirmou que preferia que o benefício continuasse existindo para evitar prejuízo aos servidores que ocupam cargos com valores inferiores a dois salários mínimos.

A administração municipal informou que, a partir da decisão do STF, o "salário-esposa" será suspenso. A cidade ainda não decidiu se entrará com recurso.  

O que é o "salário-esposa"  

O "salário-esposa" é pago a servidores homens casados ou com união estável de pelo menos cinco anos que tenham esposas que não podem exercer atividades remuneradas. 

O valor é depositado na conta do servidor. A decisão do STF sobre São Vicente não é de repercussão geral, ou seja, não derruba o benefício em outras cidades que o paguem.

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