Suécia autoriza atos com queima de Bíblia e Torá

Manifestação ocorre após destruição de Alcorão em frente a Grande Mesquita de Estocolmo

Por Gabriel Modesto

Suécia autoriza atos com queima de Bíblia e Torá
Manifestante queima exemplar do Alcorão em frente à Grande Mesquita de Estocolmo
Stefan Jerrevang - TT News Agency/via Reuters

Após a indignação causada pela queima de um Alcorão em Estocolmo no mês passado, foi anunciado que, haverá um evento de manifestação na cidade onde dois outros livros sagrados, a Bíblia e a Torá, serão incendiados. A autorização para esse evento, que está programado para ocorrer às 13h deste sábado (15), foi concedida pela polícia sueca nesta sexta-feira.

No mês de fevereiro, a polícia havia proibido protestos semelhantes, porém, ativistas recorreram à Justiça, alegando que a proibição violava o direito à liberdade de expressão. Após avaliar o caso, o sistema judiciário decidiu que impedir tais manifestações ia contra esse direito fundamental. Como resultado, as autoridades de segurança passaram a conceder autorização para a realização desses eventos.

A organização permitiu, portanto, a realização da manifestação que resultou na queima do livro sagrado do Islã em frente à Grande Mesquita de Estocolmo, evento que gerou ampla repercussão no final do mês passado. Essa decisão foi baseada na avaliação de que o ato em si não representava grandes riscos à segurança.

Extremista sueco queima Alcorão e enfurece mundo árabe
Extremista sueco queimando Alcorão - Jonas Gratzer/Getty

O incidente contribuiu para intensificar as tensões entre a Suécia e a Turquia, um país majoritariamente muçulmano, em um momento em que a Suécia buscava se tornar membro da OTAN, o que estava sendo dificultado pela Turquia. No entanto, no início desta semana, Ancara finalmente cedeu e abriu caminho para a adesão de Estocolmo à aliança militar ocidental. 

O anúncio da queima da Bíblia e da Torá nesta sexta-feira também provocou indignação internacional. Diversos líderes se manifestaram contra a autorização concedida, incluindo o presidente de Israel, Isaac Herzog, e o chefe da Organização Sionista Mundial, Yaakov Hagoel. Este último afirmou que a manifestação não pode ser considerada um exemplo de "liberdade de expressão", mas sim um ato de antissemitismo.

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