100 dias da morte de Kathlen Romeu e ainda não se sabe autoria do crime

A jovem tinha ido visitar a avó no Lins quando foi atingida por uma bala perdida

Beatriz Duncan (sob supervisão)

A jovem estava grávida de quatro meses do primeiro filho Reprodução/Redes Sociais
A jovem estava grávida de quatro meses do primeiro filho
Reprodução/Redes Sociais

Kathlen Romeu. Esse é o nome da modelo de 24 anos que morreu há 100 dias ao ser baleada no Lins, na Zona Norte do Rio durante uma operação da Polícia Militar. A jovem estava grávida de quatro meses do primeiro filho.

"A gente não teve resposta nenhuma ainda. A gente fica apreensivo, angustiado, entendeu? Nós temos esperança de que a justiça seja feita. No fundo existe uma falsa esperança de que a justiça sendo feita ela vai voltar para a gente, mas isso infelizmente não vai acontecer", conta o pai de Kathlen, Luciano Gonçalves.

Até hoje não se tem conclusões sobre a autoria do crime, mas o laudo da Polícia Civil, feito na época, aponta que a bala que atingiu Kathlen no tórax teria vindo de uma direção de cima para baixo. Segundo a Ordem de Advogados do Brasil (OAB), essa era a direção onde estavam policiais durante a ação.

No dia 09 de junho, Kathlen Romeu foi ao Complexo do Lins, na Zona Norte apenas para visitar a avó, dona Sayonara. A modelo tinha se mudado da região em maio, um mês antes da morte dela, por conta da violência no local. As duas caminhavam juntas quando ela foi baleada.

Na ocasião, manifestantes interditaram a autoestrada Grajaú - Jacarepaguá nos dois sentidos. A via é uma das principais ligações entre as Zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro.

Uma reprodução simulada foi feita no dia 14 de julho. Segundo a família, existia um prazo de dois meses para entrega do resultado. Prazo este que se encerrou nesta semana. Segundo a Polícia Civil, esse prazo nunca foi estipulado. O documento, resultado da reprodução, ainda não ficou pronto.

A Polícia Militar abriu uma investigação interna para apurar a conduta dos policiais envolvidos na ação. Eles estão afastados do serviço nas ruas. O Ministério Público do Rio investiga o caso.