"Máscara causa câncer de pulmão". "'Medir a temperatura na testa é perigoso". "Vacinas alteram o DNA". Neste dia 1 de abril é comemorado o dia da mentira. Porém, a data não é mais destinada apenas para brincadeiras entre amigos. As fake news estão cada vez mais frequentes nas redes sociais e estão afetando a saúde da população brasileira.
A Organização Mundial da Saúde classificou a enxurrada de notícias falsas como uma "infodemia", ou seja, uma epidemia de informações duvidosas fortemente divulgadas nas redes sociais e com difícil identificação de fonte ou veracidade das informações.
“A insegurança causada pelos conteúdos publicados, especialmente no momento que a população precisava de orientação da comunidade médica, serviu de gatilho para problemas emocionais relacionados com quadros de ansiedade e depressão”, explica a psicóloga do Hospital Badim, Helena Camarinha.
Na área da saúde, essa prática pode impactar diretamente na qualidade de vida da população. Muitas postagens promovem o uso de medicamentos sem comprovação e automedicação.
Durante a pandemia de Covid-19, a preocupação dos especialistas com as fakes news aumentou devido a uma parcela da população deixar de se imunizar por conta de informações incorretas. Por isso, médicos ensinam formas de combater essa "infodemia".
"Ao acessar um conteúdo, a pessoa deve analisar a veracidade dos fatos, buscar referências do site ou fonte propagadora daquele fato, para ter certeza que é confiável. E antes de qualquer decisão que envolva a sua saúde e bem-estar, converse com um médico", alertou Antonino Eduardo, gerente médico do Hospital Badim.
Em 2018, um estudo determinou que o Brasil está no topo do ranking de países que mais acreditam em mentiras de acordo com o Instituto Ipsos. O país ficou acima de outras 26 nacionalidades. Mas, muitos brasileiros já estão se atentando a importância de confirmar a veracidade do que é lido na internet.
"Estou no estágio de já saber ignorar a quantidade de bobagens que chega. Aqui nós tomamos todas as vacinas, acreditamos na ciência, conversamos, lemos e orientamos a família. Na internet é uma enxurrada de mentiras. Especialmente sobre remédios, pílulas, cápsulas milagrosas. Se isso fosse fato, ninguém ficaria doente. Não acredito, oriento e alerto as pessoas. Também bloqueio os que insistem em mandar coisas do tipo", contou Sonia Ramalho, contadora que deixou de acreditar em todas as informações que chegam na sua caixa de mensagens.