Com policiamento reforçado, os bairros de Santa Cruz e Campo Grande amanheceram nesta sexta-feira (17) com um clima diferente do registrado na manhã de ontem quando sete vans foram incendiadas. Desde o início da disputa entre milicianos na Zona Oeste do Rio, três pessoas morreram. A briga tem como motivação a disputa pelo domínio do transporte alternativo. A situação já é antiga na região.
Em 2011, o prefeito Eduardo Paes tirou o controle das cooperativas e trouxe para a gestão das vans para a Prefeitura. Mas o serviço não deu certo já que o pagamento de taxas a milicianos, através das vans, continua sendo feito. Também como medida, desde 2013, a circulação de kombis está proibida na capital fluminense. O transporte ilegal de vans transporta cerca de 50 mil passageiros por mês com cerca de oito mil veículos irregulares. O que corresponde a 80% da frota que circula pela cidade.
"A população acaba precisando desse tipo de transporte público porque o regular não está dando conta de alguma forma. É preciso entender as concessões, entender de que forma se pode também melhorar as condições do transporte hoje já regulamentado", afirma o especialista em segurança Robson Rodrigues.
Dentre os problemas encontrados por passageiros nesses transportes irregulares está a superlotação e a estrutura dos veículos.
"Eles chegam aqui e ficam horas parados porque precisam encher para poder sair", afirma um morador da Zona Oeste que presencia constantemente essa situação.
Desde o início de 2021, a Secretaria Municipal de Ordem Pública registrou mais de 10 mil autuações, com a remoção de mais de 1.400 carros das ruas.