Uma força-tarefa de fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) começou nesta, terça-feira (16), para fiscalizar postos de combustíveis do Rio de Janeiro. O foco da ação é no abastecimento com Gás Natural Veicular (GNV).
Os fiscais vão investigar se o abastecimento com o combustível GNV está respeitando o limite máximo de pressão de 220 bar. Além disso, também vão participar da fiscalização os órgãos Procon, Naturgy, Ipem, Inmetro, Detro, Secretaria Municipal de Transportes e Detran.
A operação que começou pela Barra da Tijuca flagrou num único posto 6 veículos com irregularidades, todos foram rebocados. A maioria tava com a vistoria do confronto de GNV vencida, mas um deles chamou a atenção. O carro estava registrado como flex, funcionando com álcool ou gasolina. Mesmo assim, o motorista estava abastecendo um cilindro de GNV, colocado irregularmente no veículo.
PERIGO DO GNV
Nas últimas semanas, pelo menos três explosões decorrentes do abastecimento com GNV de forma inadequada foram registradas em postos de gasolina do Rio de Janeiro.
Na última quinta-feira (11), um carro explodiu depois de abastecer com GNV em um posto de gasolina no bairro Balneário, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quatro pessoas ficaram feridas, entre elas, três funcionários do posto e o motorista do veículo.
Um dos frentistas teve duas pernas amputadas durante o acidente e chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O dono do carro teve ferimentos na cabeça, mas permaneceu lúcido. Os demais envolvidos tiveram ferimentos leves.
No dia 5 de agosto, outro veículo explodiu em um posto de gasolina em Paciência, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No momento da explosão, o motorista e o frentista estavam na frente do carro e o porta-malas estava aberto. O veículo nunca havia sido inspecionado e motorista não possuía o Certificado de Segurança Veicular (CSV). Ninguém ficou ferido.
Outro cilindro de GNV também explodiu em um posto de gasolina no bairro de São Francisco Xavier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 26 de julho. Duas pessoas ficaram feridas e a explosão foi flagrada pelas câmeras de segurança do estabelecimento.
As imagens mostram um casal aguardando para abastecer o carro enquanto um frentista vai atender outro cliente. Em seguida, o homem abre o porta-malas e o cilindro explode. A vítima é arremessada para trás enquanto a mulher, que também estava próxima, anda desnorteada pedindo por ajuda. O homem precisou amputar um braço e uma pena, mas não resistiu aos ferimentos.
INSPEÇÃO NECESSÁRIA
Especialistas alertam sobre a importância da realização de inspeção nos veículos movidos ao GNV. Os carros que passam pela fiscalização recebem um selo do Inmetro, que deve ser cobrado pelos frentistas no momento do abastecimento. Os postos que não cobram o documento estão cometendo crime de responsabilidade.
“A inspeção de segurança veicular deve ser realizada imediatamente após a instalação do sistema GNV e devidamente registrada no Detran. Depois disso, os proprietários dos automóveis devem realizar inspeções anualmente, para garantir que continuam a ter as devidas condições de segurança no trânsito”, comentou Aquiles Pisanelli, presidente da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção.
O estado do Rio de Janeiro possui a maior frota de veículos movidos a gás natural veicular no país, com cerca de 1,6 milhão de veículos.
“O GNV é um combustível muito seguro, eu falo até que é mais seguro que os outros combustíveis. Só que quando acontece um acidente desses acaba sendo grave, só que em nenhum um momento foram ocasionados por instalações feitas de formas legais”, alertou Celso Mattos, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco