Após um investimento de mais de R$ 2 milhões do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento e Gestão e com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, as obras de preservação e conservação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, na Zona Portuária do Rio, foram finalizadas, após três anos de trabalho.
O valor foi usado para reestruturar o pavimento original de pedras do cais, na drenagem das águas da chuva e no reforço estrutural nas paredes, fundações e estrutura do sítio.
“Primeiro a gente precisa lembrar da importância desse lugar. Um sítio arqueológico da “Pequena África”, que revela grande parte da nossa história, da história da nossa cidade. Uma história de desigualdades e contradições profundas, de crueldade, inclusive, de escravização de pessoas. Portanto, não pode ser apagada de jeito nenhum.
Os vestígios dessa história precisam estar a amostra, porque a sociedade precisa refletir a partir dele”, afirmou o secretário de Governo e Integridade Pública da Prefeitura do Rio, Marcelo Calero.
O cais, que também é conhecido como “Pequena África”, sofria com alagamentos e a falta de sinalização e iluminação. Um funcionário da Comlurb, que fazia a manutenção na região no ano passado, sofreu uma descarga elétrica. O título de Patrimônio Mundial da Unesco, recebido pelo Cais do Valongo em 2017, quase foi perdido por causa deste episódio.
“Estamos aqui celebrando nossa colaboração com o projeto do Cais de Valongo. Faz dois anos, o Estados Unidos investiu meio milhão de dólares para preservar essa parte importante da história compartilhada de escravidão, que temos com o Brasil, preservando a cultura, que é muito importante para nós” declarou a Jacqueline Ward, cônsul geral dos Estados Unidos no Rio.
Cerca de quatro milhões de escravos chegaram ao Brasil nos mais de três séculos de escravidão. Apenas no Cais do Valongo, passaram, pelo menos 1 milhão de africanos escravizados durante 40 anos.