Assassinos de ex-presidente da Vila Isabel teriam limpado a área do crime

O corpo de Moisés foi enterrado nesta terça-feira (27).

Felipe de Moura*

Moisés foi morto neste domingo Reprodução
Moisés foi morto neste domingo
Reprodução

Nenhum vestígio de munição foi encontrado na área da morte de Wilson Vieira Alves, vulgo Moisés, que foi assassinado no último domingo (25), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O local foi isolado pela perícia. A suspeita é que o envolvido no crime tenha recolhido a cápsula antes de fugir. Os executores fizeram um único disparo.

O ex-presidente da Vila Isabel foi surpreendido por homens encapuzados que chegaram em uma moto. Ele estava com a esposa Shayene Cesário, em um posto de combustíveis, e foi baleado quando desceu do carro.

A mulher do contraventor teve o celular roubado logo depois do crime, a caminho da delegacia. A polícia investiga se o furto tem alguma relação com o assassinato.

Moisés virou presidente da Vila Isabel, indicado por capitão Guimarães, considerado um dos maiores contraventores do Rio, e acabou entrando no radar das autoridades. Wilson chegou a ficar dois anos preso, acusado por contrabando, formação de quadrilha e corrupção ativa.

A principal linha de investigação da polícia é que ele tenha sido vítima de uma execução. O ex-presidente foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, nesta terça-feira (27). Ele deixa a mulher e dois filhos.

RELEMBRE O CASO

Wilson foi assassinado na noite do último domingo (25), em um posto de combustível, na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Ele estava com a esposa, Shayene, a caminho da quadra da Portela, em Madureira, quando, de acordo com testemunhas, dois homens chegaram encapuzados de moto. O ex-presidente da escola de samba foi baleado quando desceu do carro para ir à farmácia e morreu na hora.

De acordo com a Polícia Militar, equipes do batalhão da área isolaram o local e a Delegacia de Homicídios da Capital (DH) foi acionada para fazer a perícia. A DH investiga o caso.

Na noite do assassinato, Moisés e a mulher, que é musa da Portela, iam para a quadra da escola de samba, onde acontecia uma semifinal para definir o samba enredo do próximo carnaval.

Por volta das 20h30, a festa foi interrompida com a notícia da morte e os participantes fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao colega.

Em 2010, Wilson Vieira Alves foi preso pela Polícia Federal, acusado de contravenção. De acordo com a PF, ele respondeu por envolvimento na máfia do caça-níqueis em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na época, ele foi condenado a 23 anos por contrabando, formação de quadrilha e corrupção ativa.

Moisés assumiu a presidência da Vila Isabel em 2006, ano em que a escola de samba foi campeã do Grupo Especial. Ele ficou no cargo até 2011.

Em nota, a Unidos de Vila Isabel lamentou a morte do ex-presidente. No comunicado, a escola relatou que “à frente da azul e branca no início dos anos 2000, Moisés teve papel definitivo na conquista da quadra da agremiação e do título de 2006. Por isso, diretoria, segmentos e componentes prestam solidariedade à família, amigos e admiradores do outrora dirigente. E respeitosamente manifestam condolências pela perda”.

*Sob supervisão de Natashi Franco