Atendimento do CadÚnico é retomado depois de ataque hacker

A volta acontece três semanas depois de um ataque cibernético que afetou diversos sistemas da Prefeitura do Rio

Felipe de Moura*

Os CRAs vão atender no máximo 60 pessoas por dia. Divulgação/Prefeitura do Rio
Os CRAs vão atender no máximo 60 pessoas por dia.
Divulgação/Prefeitura do Rio

A Prefeitura do Rio retomou, nesta segunda-feira (5), o atendimento do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) depois do ataque hacker no Datacenter do município, no dia 15 de agosto.

Para restabelecer o serviço, 200 computadores foram alugados em caráter emergencial. Dessa forma, cada um dos 47 Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) só vão atender até 60 pessoas por dia. Para o período de um mês, estão previstos mais de 62 mil atendimentos. O horário de funcionamento do CRAS será de 8h às 17h.

Segundo a Prefeitura, oito polos especiais de cadastramento vão funcionar em dois sábados do mês de setembro, nos dias 17 e 24. Os endereços desses polos serão divulgados ao longo desta semana.

No próximo dia 10, não vai ser possível realizar o cadastramento porque o sistema on-line nacional do CadÚnico, estará fora do ar. Questionada sobre os outros sistemas da prefeitura que foram atingidos, o município respondeu apenas que está na “tentativa de fornecer o melhor atendimento possível à população, apesar das consequências ainda sofridas pelo ataque hacker”.

ENTENDA O CASO

Um ataque hacker afetou o Datacenter da Prefeitura do Rio no último dia 15 de agosto. Desde lá, diversos serviços da prefeitura ficaram fora do ar e apresentaram falhas de operação. Na semana passada, quando já tinham se passado 15 dias do ataque, todos os serviços foram retirados do ar por medida de segurança e apenas o site prefeitura.rio foi usado como o endereço online das informações oficiais do município. Três semanas depois do ataque, o sistema ainda está fora do ar.

A Prefeitura chegou a publicar, no dia 26, o Decreto Nº 51330, no Diário Oficial, que prorrogou prazos de serviços da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento até que todos os sistemas fossem restabelecidos.

A Delegacia de Repressão ao Crimes de Informática investiga o caso. De acordo com Pablo Sartori, delegado responsável pelas investigações, não é possível saber quem foi o autor da invasão.

Segundo ele, a investigação chegou a um "beco sem saída", já que os rastros que permitiriam identificar os criminosos também foram apagados. Também não há registro de logs de acesso ou dos IPs utilizados.

Além disso, ao contrário do que costuma acontecer em casos como esse, os hackers não entraram em contato para exigir algum valor pelo resgate dos dados. Os técnicos da Empresa Municipal de Informática ainda trabalham para restabelecer todos os serviços.

*Sob supervisão de Natashi Franco