Nesta terça-feira (14) foi retomada a audiência de instrução e julgamento do Caso Henry Borel. Cerca de 30 pessoas, entre testemunhas de acusação e defesa de Monique Medeiros, mãe de Henry, e do ex-vereador Jairinho vão ser ouvidas até amanhã (15). Duas testemunhas de acusação, que faltaram à primeira parte da audiência no dia 6 de outubro, irão depor desta vez.
Até o momento, cinco pessoas já foram ouvidas. Dentre elas Tereza Cristina dos Santos, a cabelereira, que presenciou uma conversa de Monique com Henry, por videochamada, enquanto a atendia no salão de beleza, o Coronel Jairo, pai do ex-vereador e Cristiane Isidoro, ex-assessora do parlamentar.
Em depoimento, Tereza Cristina afirma ter escutado a babá de Henry apontar para uma lesão em Henry logo após ele ter uma “conversa” com Jairinho em um cômodo do apartamento onde moravam. O menino estava mancando. A cabeleireira disse que, a princípio, não estranhou o diálogo e que Monique continuou o tratamento normalmente.
A fala de Coronel Jairo emocionou Jairinho e Monique, que se encontraram pela primeira vez, desde a prisão há 8 meses. Ele negou que o casal brigasse muito e afirmou que todos eles tinham uma convivência harmoniosa.
Durante a sessão, Cristiane Isidoro, ex-assessora do parlamentar, informou que ajudou Jairinho nos trâmites do sepultamento de Henry. Ela aponta ainda que não viu nenhum hematoma na criança além de uma pequena ferida no nariz. Cristiane negou ainda que tenha sido feita uma faxina no apartamento do casal antes da chegada da polícia. Segundo ela, a perícia durou no máximo 15 minutos.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Munícipio, Thiago K. Ribeiro, que trabalhou com Jairinho por nove anos na Câmara Municipal do Rio, também foi ouvido. Segundo ele, Jairinho sempre foi carinhoso e gostava de brincar com crianças. Ele diz que o possível crime não condiz com a figura que conhecia.
A última testemunha a ser ouvida durante a manhã foi a tia do ex-vereador, Herondina Fernandes. Ela disse que o sobrinho tratava Henry bem. Jairinho estava na mesma casa que ela quando foi preso.
A audiência, que estava marcada para começar às 9h30, atrasou e teve início por volta de 10h45.
O depoimento do perito legista que escreveu os laudos de exames de necropsia não vai acontecer. Segundo o Ministério Público, os esclarecimentos puderam ser dados por escrito.
O Ministério Público denunciou Monique e Jairinho por homicídio qualificado, tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica. Segundo o Órgão, o menino Henry Borel, de 4 anos, foi vítima de torturas no apartamento do ex-casal, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e acabou não resistindo e morrendo.
Outras quatro testemunhas de defesa devem ser ouvidas ainda nesta terça-feira:
- - Sigmar Rodrigues de Almeida, o policial e amigo de Leniel
- - Fernanda Abidu, mãe do filho mais velho do jairinho.
- - Luís Fernando Abidu, filho mais velho do Jairinho
- - Rogério Baroni, ex-motorista do ex-parlamentar
O interrogatório dos réus só deve acontecer no ano que vem, em uma audiência que ainda não tem data marcada.
*Em atualização