Uma das principais vias do Rio de Janeiro, a Avenida Brasil vive uma onda de assaltos. Nesta terça-feira (14), às 5:30 da manhã, um grupo de criminosos foi flagrado durante um assalto por uma câmera de monitoramento de um dos carros alvos da ação.
Nas imagens é possível ver o grupo, em alta velocidade, em dois carros que acabam batendo. Eles estavam atrás de um caminhão de remédios. Eles atravessam os dois veículos na avenida para impedir uma possível fuga das vítimas.
Cerca de sete homens fortemente armados saíram do carro, realizaram a abordagem, voltaram para os carros e fugiram. É possível ver pelo vídeo que os criminosos estavam com fuzis. O caso aconteceu na altura da saída para a Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. O caminhão alvo dos bandidos levava uma carga de medicamentos.
Os bandidos foram embora levando as armas dos seguranças que faziam a escolta do caminhão. Ninguém ficou ferido e a Polícia Civil investiga se os criminosos são de uma quadrilha de ladrões de cargas dos Complexos da Maré e do Alemão. A Polícia Militar informou que, depois do episódio, reforçou o patrulhamento no trecho em questão.
“É pouco policiamento na pista de madrugada e os caras aproveitam. Eles pegam o carro, levam para dentro da comunidade, depois para recuperar o carro quer cobrar resgate”, comentou o rodoviário Marcelo Pereira.
Uma equipe da TV Band percorreu um trecho de 25 quilômetros da Avenida Brasil, hoje à tarde (17), e não viu nenhuma viatura circulando. Com fluxo diário de 800 mil veículos, a Brasil corta 26 bairros, do centro à Zona Oeste. Porém, apesar da relevância, a polícia disse que não compila os índices de criminalidade da via.
Entre os bairros de Benfica e Ramos, os números estão piorando. De janeiro a abril, os roubos de carga cresceram 144% em comparação com o mesmo período do ano passado. Os roubos de veículos também mais que dobraram. O aumento foi de 118%.
Daniel Oliveira já foi assaltado oito vezes. Em uma delas, na Avenida Brasil, ele foi feito refém.
“Me levaram para a comunidade, descarregaram o carro, me deram um caminhão, e eu fui embora. A gente pensa primeiro na família. A gente não imagina que vai sair dessa. No Rio de Janeiro a gente está acostumado, então nem me assusto mais”, disse o caminhoneiro Daniel.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco