Os botos cinzas, uma espécie que está em risco de extinção, foram vistos hoje de manhã perto da Ilha de Paquetá, em uma área de proteção ambiental, onde a Baía de Guanabara é menos poluída.
A aparição da espécie já foi mais frequente nas águas do Rio de Janeiro, a ponto de transformar o boto em protagonista na bandeira da cidade. Hoje, os botos sofrem com a poluição e a pesca.
Pesquisadores da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) fazem estudos uma vez por semana na Baía de Guanabara para monitorar o grupo há três décadas. Segundo a bióloga Mariana Barbosa, a diminuição dos botos no local é muito grande.
“Já teve uma estimativa nos anos 80 de aproximadamente 400 indivíduos nesta população na Baía de Guanabara, e hoje em dia, a gente tem um número aproximadamente com 30. Foi realmente uma redução bem grande”, explicou a bióloga.
Os pesquisadores usam o hidrofone para monitorar a comunicação dos botos embaixo da água. Eles costumam emitir uma variedade de sons com intuito de caçar ou alertar algum risco para o grupo. Mas a poluição sonora produzida pelo tráfego de embarcações de grande porte na Baía acaba sendo prejudicial para os animais.
Além desse risco, o maior dano aos botos vem dos resíduos despejados pelo esgoto de casas e indústrias, resultado das ações humanas desordenadas ao redor da cidade.
Os planos para a despoluição da Baía de Guanabara não tiveram a devida atenção e não melhoraram a qualidade da água. Com a venda da CEDAE, a Águas do Rio promete investir R$ 3 bilhões nos próximos cinco anos para a construção de coletores de esgoto e ampliação de estações de tratamento.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco