Botos Cinzas sofrem risco de extinção no Rio

Um grupo de botos cinzas tiveram uma aparição rara na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro

Gustavo Osorio *

Botos Cinzas são vistos na Ilha de Paquetá. Reprodução / Band TV Rio
Botos Cinzas são vistos na Ilha de Paquetá.
Reprodução / Band TV Rio

Os botos cinzas, uma espécie que está em risco de extinção, foram vistos hoje de manhã perto da Ilha de Paquetá, em uma área de proteção ambiental, onde a Baía de Guanabara é menos poluída.

A aparição da espécie já foi mais frequente nas águas do Rio de Janeiro, a ponto de transformar o boto em protagonista na bandeira da cidade. Hoje, os botos sofrem com a poluição e a pesca.

Pesquisadores da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) fazem estudos uma vez por semana na Baía de Guanabara para monitorar o grupo há três décadas. Segundo a bióloga Mariana Barbosa, a diminuição dos botos no local é muito grande.

“Já teve uma estimativa nos anos 80 de aproximadamente 400 indivíduos nesta população na Baía de Guanabara, e hoje em dia, a gente tem um número aproximadamente com 30. Foi realmente uma redução bem grande”, explicou a bióloga.

Os pesquisadores usam o hidrofone para monitorar a comunicação dos botos embaixo da água. Eles costumam emitir uma variedade de sons com intuito de caçar ou alertar algum risco para o grupo. Mas a poluição sonora produzida pelo tráfego de embarcações de grande porte na Baía acaba sendo prejudicial para os animais.

Além desse risco, o maior dano aos botos vem dos resíduos despejados pelo esgoto de casas e indústrias, resultado das ações humanas desordenadas ao redor da cidade.

Os planos para a despoluição da Baía de Guanabara não tiveram a devida atenção e não melhoraram a qualidade da água. Com a venda da CEDAE, a Águas do Rio promete investir R$ 3 bilhões nos próximos cinco anos para a construção de coletores de esgoto e ampliação de estações de tratamento.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco