O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado nesta terça-feira (14) e para celebrar a data o Hemorio vai promover uma série de ações para estimular a doação de sangue no Rio de Janeiro. As ações fazem parte da campanha do Junho Vermelho.
Os estoques de bolsas de sangue do Hemorio estão 15% abaixo do esperado e novos doadores são necessários para atender as demandas do hemocentro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é ideal que pelo menos de 1,5% a 3% da população seja doadora de sangue. No Brasil, cerca de 1,8% das pessoas são doadoras, mas muitos estoques continuam precisando de mais sangue.
"1% é para países com a medicina pouco desenvolvida, com a população muito jovem. Não é o caso do Brasil. O Brasil tem uma população mais adulta, mais envelhecida e a gente precisa de mais de 1,8%, a gente precisaria de pelo menos de 2,5% a 3%", afirmou Luiz Amorim, diretor geral do Hemorio.
Hemocentros de todo o país se mobilizaram para estimular essa prática oferecendo vantagens e brindes aos doadores. O Hemorio, por exemplo, vai oferecer de ingressos ao cinema a vantagens em transportes. Especialistas consideram importante relembrar que cada doação de sangue pode salvar até quatro vidas.
"Meu pai uma vez se acidentou e não teve doador e aí depois dessa necessidade eu vi que outras pessoas precisavam e eu comecei a doar. Eu me sinto realizado, eu sei que outras pessoas vão precisar desse sangue, vai ajudar outras pessoas", relatou Demétrios Fagundes, doador de sangue.
Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50kg, estar bem de saúde e apresentar um documento oficial com foto. Para os doadores entre 16 e 17 anos, é necessária a autorização do responsável. Os doadores não precisam estar em jejum, mas é recomendado que ele evite alimentos gordurosos nas quatro horas anteriores a doação.
Os interessados em doar sangue devem agendar com o Disque Sangue, que fica disponível entre 7h e 17h, de segunda à sexta, exceto feriados, pelo número 0800 282 0708. Para mais informações, é possível consultar as redes sociais do Hemorio aqui (hiperlink: https://www.instagram.com/hemorio/).
CIRURGIAS ELETIVAS FORAM CANCELADAS
As cirurgias eletivas dos hospitais ligados as universidades federais do Rio de Janeiro têm sido adiadas pela falta de banco de sangue. É o caso do Hospital Clementino Braga Filho, conhecido como Hospital do Fundão, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que precisa receber pelo menos 450 doadores por mês para suprir as demandas de um hospital de alta complexidade. Atualmente, o local só tem recebido 280 doações no máximo. A falta de sangue preocupa pacientes que necessitam fazer transfusões na unidade.
"Preciso fazer transfusões de sangue frequentemente. Se não tiver sangue, a minha doença pode se agravar e a minha saúde ficar em estado crítico. Assim como tantos outros que tem doenças crônicas e que precisam de transfusões. Se você puder, venha doar", apelou Margarida Maria do Socorro Melo, paciente do hospital do Fundão.
O Hospital Antônio Pedro, ligado à Universidade Federal Fluminense (UFF), tem cancelado pelo menos três cirurgias eletivas por dia devido ao baixo estoque de sangue. A situação do banco de sangue já havia ficado pior por conta da pandemia de Covid-19 e nos últimos meses tem piorado ainda mais.
O Hemorio ajuda os hospitais universitários quando tem disponibilidade, mas pelo fato das unidades de saúde terem centros de coleta próprios, acabam não tendo prioridade na fila. Doadores frequentes podem escolher um hemocentro diferente por vez para que as bolsas fiquem distribuídas.
A doação para o banco de sangue do Hospital do Fundão pode ser feita todos os dias das 7h30 às 13h30, na Rua Professor Rodolpho Paulo Rocco, 255, na Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Já o Hospital Antônio Pedro aceita doações às quartas, quintas e sextas-feiras, das 7:30 às 12:30, na Rua Marquês do Paraná, 303, em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
PESQUISA APONTA FALTA DE CONHECIMENTO SOBRE O JUNHO VERMELHO
Um levantamento revelou que 74% pessoas desconhecem ou só ouviram falar do Junho Vermelho, mês de conscientização para a doação de sangue. Entretanto, 54% dos entrevistados conhecem alguém que já passou por uma transfusão. A pesquisa é do TIM Ads e contou com a participação de 123,5 mil clientes da empresa.
Entre os entrevistados, cerca de 51% conhece alguém que tenha doado sangue nos últimos 12 meses, mas apenas 12% doaram no mesmo período. O balanço também aponta que só 26% conhecem a campanha do Junho Vermelho, enquanto 46% só ouviu falar e 28% ignora a existência do projeto.
A pesquisa é do dia 16 a 22 de maio e demonstram que 56% dos entrevistam acreditam que as ações Junho Vermelho contribuem positivamente para a sociedade.
*sob supervisão Natashi Franco