Portas abertas, superlotação e falta de manutenção. Esses são só alguns dos problemas que os cariocas vivem diariamente nos ônibus do Rio de Janeiro. Além dos problemas com as portas dos ônibus articulados do BRT, agora, os passageiros enfrentam a mesma situação nos coletivos municipais regulares.
Na manhã desta quinta-feira (15), a reportagem da Band Rio percorreu a cidade e flagrou pelo menos sete ônibus que seguiam em direção à Ilha do Fundão, na Zona Norte, com problemas na estrutura. Alguns estavam até com o para-brisa quebrado.
Mais de uma vez por mês, Cíntia dos Santos sai de Campo Grande, na Zona Oeste, com o filho de 10 anos, para um tratamento no Hospital Universitário da UFRJ, no Fundão. Além de levar duas horas e meia de viagem, ela ainda vê as portas dos ônibus da linha 936 sempre abertas, causando insegurança a ela e a todos os outros que pegam o transporte.
“Essa luta é frequente, hoje estava mais complicado ainda. É briga dentro do ônibus, um rapaz meteu o pé na porta”, relatou ela.
O caso não é isolado. Também há passageiros que reclamam da situação dos ônibus que saem do terminal rodoviário do Fundão em direção à Ilha do Governador, na mesma região, como os que pegam a linha 328.
“A porta, os bancos, o ar não funciona, tudo deveria ser melhorado. Eu pego esse ônibus todo dia e é sempre a mesma coisa. É muito complicado. Às vezes eles quebram e a gente tem que pegar outro ônibus e acabo me atrasando para o trabalho”, disse a comerciante Fátima Araújo.
UM CASO RECORRENTE
Não é de hoje que a estrutura dos ônibus municipais tem comprometido a segurança dos passageiros. Em novembro, duas pessoas morreram após caírem de um veículo em movimento.
Nesta quarta-feira (14), a tragédia quase se repetiu. Um idoso caiu pela porta aberta de um ônibus da linha 112 na subida do Elevado Paulo de Frontin, no Rio Comprido, na Zona Norte, depois de se desequilibrar. Ele foi levado para um hospital particular.
Em nota a Secretaria Municipal de Transportes disse que vai enviar uma equipe de fiscalização para verificar as denúncias de portas abertas nas linhas 936 e 328. A pasta disse ainda que, caso as irregularidades sejam comprovadas, os consórcios responsáveis serão autuados, e os veículos, dependendo do estado, podem ser lacrados.
A Secretaria também informou que intensificou as vistorias nas garagens para verificar o estado de conservação dos veículos e os dispositivos de acessibilidade. Desde o início deste ano, mais de 500 ônibus foram autuados por irregularidades relacionadas ao estado de conservação da frota e a problemas de acessibilidade.
*Sob supervisão de Natashi Franco